Jornal Estado de Minas

Aplicação de multas de Brumadinho em parques de MG pode diversificar economia, diz ministro

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O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defendeu na manhã quarta-feira em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que as multas de R$ 250 milhões aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) à Vale pelo desastre em Brumadinho sejam de fato aplicadas na estruturação de sete parques nacionais que existem em Minas Gerais. Para o ministro, essa seria uma oportunidade de iniciar o processo de diversificação econômica necessário para diminuir a dependência do estado da mineração, enquanto o setor desenvolve práticas mais seguras e mais sustentáveis.

“Vamos ajudar a diversificar a economia mineira em algo que é recurso limpo, recurso que gera emprego, renda e oportunidade e que atrai para o estado de Minas Gerais turistas e pessoas do Brasil e do mundo todo”, diz Salles. A fala do ministro ocorreu no Seminário Técnico Internacional sobre Barragens de Rejeitos e o Futuro da Mineração em Minas Gerais, evento em que ele participou de uma das mesas dos debates que acontecem hoje até o fim da tarde na Fundação Dom Cabral, no Condomínio Alphaville.

Segundo Salles, nesse momento a viabilidade técnica e jurídica do assunto está sendo discutida. "A ideia é que a companhia (Vale) contrate uma boa consultoria, talvez até internacional, para fazer um projeto para esses parques e em seguida apresentar as infraestruturas que eles vão construir. Uma vez realizado isso eles nos entregam os parques para nós fazermos a concessãopara o setor privado operar. A companhia não vai operar", diz o ministro.

OPINIÃO COMPARTILHADA COM ZEMA
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) também esteve no seminário e falou durante a abertura do evento.
Zema fez apenas um pronunciamento à imprensa em que não respondeu perguntas, mas falou sobre o investimento nos parques durante sua apresentação como última fala da abertura dos trabalhos. Segundo ele, essa é uma possibilidade de forçar a dinamização da economia.

"Os sete parques nacionais que serão estruturados, que ficarão abertos para visitação com estrutura para atender turista, hospedagem e etc têm condição de que em alguns anos quem sabe Minas venha a ter algo semelhante às Cataratas do Iguaçu, que é um parque nacional, e à Fernando de Noronha também", disse o governador.

Ricardo Salles informou ainda que as questões jurídicas que estão sendo estudadas para canalizar as multas da Vale aos parques nacionais estão à cargo da Advocacia Geral da União (AGU). Os sete parques nacionais que seriam beneficiados com os investimentos são Grande Sertão Veredas, Cavernas do Peruaçu, Serra do Gandarela, Caparaó, Serra do Cipó, Serra da Canastra e Sempre-Vivas.

CRÍTICAS Na semana passada, deputados mineiros que se reuniram com o ministro criticaram a destinação dos R$250 mil de multa para parques de Minas Gerais. Os deputados Zé Silva (SD) e Áurea Carolina (Psol) defendem  que a quantia seja aplicada nos municípios da Bacia do Paraopeba, direta o indiretamente atingidos pela tragédia.  A previsão é de que os parlamentares apresentem detalhes da proposta nos próximos dias.

De acordo com o deputado, a comissão especial que pauta a catástrofe já entrou em consenso para que o dinheiro não seja transferido para os parques, já que alguns estão longe de Brumadinho. O parlamentar ainda propõe a construção de um centro de tecnologia e pesquisa para agricultura em algum município da região, além de programas de saneamento básico nas cidades.

 

 

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