A Defesa Civil de Minas Gerais normalizou na noite dessa quarta-feira (17), o tráfego no trecho da rodovia federal BR-356, que estava funcionando em operação pare e siga desde o dia 21 de fevereiro.
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Após interdição por risco em barragem, trecho da BR-356 será liberado nesta quartaBloqueio da BR-356 ameaça movimento do carnaval em cidades históricasSe romper, barragem de Nova Lima pode atingir BR-356 e condomíniosDelegação mineira visita a Holanda para discutir segurança em barragensAnel Rodoviário de BH vai passar por mudanças na saída para São PauloMotoristas enfrentam longas filas de congestionamento na saída para feriadoDe acordo com nota divulgada pela Defesa Civil, a liberação da rodovia foi acordada em uma audiência com a participação da mineradora, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Polícia Militar. "O encontro teve por objetivo a apresentação de um estudo técnico elaborado por empresa contratada pela Vale que demonstrou a viabilidade de uma operação assistida na BR-356", diz a nota. A assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) formalizou o acordo.
Foi montada uma estrutura de intervenção que funcionará 24 horas por dia e que permitirá a adoção das medidas necessárias em caso de risco a segurança dos usuários da rodovia.
Interdição
A interdição de estruturas, com o consequente fechamento de acessos e evacuação de moradores, tem sido adotada em diversas cidades mineiras desde a tragédia de Brumadinho (MG), em 25 de janeiro, quando o rompimento de uma barragem da Vale na Mina do Feijão provocou mais de 200 mortes e acendeu o alerta em relação a estruturas semelhantes. Atualmente, segundo dados da mineradora, 755 moradores estão fora de suas casas, nas cidades de Barão de Cocais, Nova Lima, Ouro Preto e Rio Preto. Em Brumadinho, há outros 271 desabrigados.
Em Barão de Cocais (MG), onde mais de 400 pessoas deixaram seus lares devido aos riscos envolvendo a Barragem Sul Superior, na Mina de Gongo Soco, está em avaliação um projeto da Vale para construção de um enorme muro, com 35 metros de altura e 307 metros de comprimento, para conter rejeitos em caso de ruptura. Moradores tomaram conhecimento da proposta na semana passada.
A Vale possui mais de 15 barragens com operações suspensas em Minas Gerais. Na semana passada, decisões do Tribunal de Justiça de Minas Gerais afetaram mais três estruturas: a barragem Campo Grande, em Mariana (MG), e as barragens Galego e Dique da Pilha 1, situadas na Mina Córrego do Meio, em Sabará (MG). A Vale também foi obrigada, entre outras medidas, a contratar auditorias técnicas independentes que possam analisar a condições de estabilidade. Por outro lado, a mineradora anunciou na terça-feira (16) que uma decisão judicial lhe permitirá retomar as atividades na Mina de Brucutu, a maior de Minas Gerais.