Ao som dos motetos (cânticos em latim) e imersos na atmosfera da Paixão de Cristo, moradores católicos de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, seguem ritos seculares e acompanham, na noite desta sexta-feira (19), a procissão do enterro, com as imagens do Senhor Morto e de Nossa Senhora das Dores. Tendo à frente o titular da paróquia, padre Felipe Lemos, o cortejo passa pelas ruas Direita, Floriano Peixoto e Serro, com retorno à Praça da Matriz. Na chegada, haverá o canto da Verônica e a veneração do santo sepulcro.
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Sermão contra as mineradoras marca Sexta-feira da Paixão no santuário de Nossa Senhora da PiedadeFiéis participam da procissão do Encontro em Montes ClarosMoradores de Santa Luzia e Jaboticatubas mantêm tradições na sexta-feira da PaixãoNegociações individuais em Brumadinho preocupam Ministério PúblicoProcissão da Via-Sacra reúne dezenas de pessoas na Região Centro-Sul de BHA programação da sexta-feira da Paixão começou bem cedo, às 5h, com a procissão da penitência, saindo do santuário em direção à comunidade Nossa Senhora das Graças, onde ocorreu a bênção dos penitentes. Depois, foi a vez dos meninos e meninas na via-sacra das crianças. No início da tarde, às 15h, no santuário, houve o sermão das Sete Palavras, seguindo-se a solene ação litúrgica com a adoração da cruz. Já à noite, antes do descendimento da cruz, foi feita a apresentação das figuras bíblicas.
JABOTICATUBAS Na cidade vizinha de Jaboticatubas, também na Grande BH, a sexta-feira da Paixão também guarda muitas tradições. Ontem (18), muitos moradores buscaram, na Serra do Cipó, ramos de arnica, pra serem abençoados na noite de hoje (19), na igreja. O objetivo é que a planta, de aroma agradável, se transforme em remédios. À frente das solenidades, está o titular da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, padre Diovani Morelli.
A procissão do enterro, que começou às 17h no Centro de Jaboticatubas, teve início na matriz, desceu a Rua Santa Luzia, passou em frente da Igreja do Rosário e contornou a Praça Central do município distante 63 quilômetros da capital. Um dos aspectos importantes é quie o esquife com o corpo do Senhor Morto segue adornado por orquídeas do jardim de Vanda dos Santos. As filhas da senhora octogenária mantêm a tradição, devido a problemas de saúde de dona Vanda. “Todos esses costumes valorizam nossa religiosidade, cultura e história. Preservamos o que aprendemos com nossos avós para transmitir às novas gerações”, diz o estudante de segurança do trabalho, Eudarlen Henrique Nascimento, que divide seu tempo entre Contagem e a terra natal.