Falhas estruturais que permitem o acúmulo de água parada e a presença constante de lixo e objetos inservíveis que também reservam o líquido em um contexto de epidemia de dengue em Belo Horizonte. Essa é a situação do ginásio do Mineirinho às vésperas da decisão da Superliga Feminina de V ôlei, que deve levar cerca de 12 mil pessoas à quadra, que é considerada um dos templos do esporte mundial, mas sofre com o abandono. Na semana que termina hoje, a infestação de mosquitos no ginásio chamou a atenção das jogadoras do Minas Tênis Clube durante os treinamentos para a final e também de religiosos que participaram da Missa da Unidade, celebração que marca a quinta-feira santa. Cerca de 15 mil fiéis lotaram as cadeiras e arquibancadas para acompanhar a missa presidida pelo arcebispo metropolitano de BH, dom Walmor Oliveira de Azevedo. A alta concentração de pessoas que já passaram e ainda vão passar pelo Mineirinho motivou uma ação emergencial da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) contra a dengue. Agentes de controle de endemias fizeram aplicação de inseticidas tanto para eliminar as larvas quanto o mosquito adulto, na intenção de evitar a infecção de mais pessoas.
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Epidemia de dengue já atinge 25,7% de Minas; veja a lista de cidadesÁgua parada e mosquitos motivam ação contra dengue no Mineirinho antes de final do vôleiMais doentes e menos médicos: o avanço da dengue e as baixas nas equipes de saúdeEm menos de uma semana, BH tem quase mil novos casos de denguePor causa da dengue, mais postos de saúde podem ser abertos aos sábados em BH Unidade de hidratação contra a dengue será aberta em BHPostos de saúde ficam abertos em BH para atender pacientes da dengue; veja ondeA reportagem flagrou os dois exemplos no Mineirinho. O que mais chama a atenção de forma visual é o acúmulo de água na calha que circunda o ginásio e recolhe a chuva. Ontem, essa calha estava cheia em alguns pontos e por isso recebeu larvicida.
O próprio Minas, preocupado com a saúde das atletas tanto do clube quanto de seu adversário, o Praia Clube de Uberlândia, e dos cerca de 12 mil torcedores esperados para o jogo, acionou a Prefeitura de BH informando sobre a situação, o que gerou a ação emergencial flagrada pela reportagem do EM.
Espaço interno
A intenção da PBH era fazer a aplicação, inclusive, na área interna do ginásio, onde ficam a quadra, arquibancada e cadeiras. Mas em virtude da ocupação das atletas do Praia e do Minas, que ontem treinaram no espaço infestado, e também dos funcionários que montam a estrutura para a grande final, não foi possível jogar os remédios nessas áreas. Apesar disso, os anéis de acesso de torcedores foram contemplados. Ontem, a líbero do Minas, Léia, mostrou alívio ao saber que foi feita a pulverização de inseticida, mas considerou que o ideal é que o trabalho tivesse ocorrido antes. Ela mostrou também preocupação com os torcedores.
Responsável pelo ginásio, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) informou, por meio da Subsecretaria de Esportes, que intervenções visando ao combate ao mosquito Aedes aegypti foram feitas no Mineirinho a partir do fim de 2017. Entre as ações, o órgão citou“reformas de caixas d’água e limpeza das calhas e canaletas”. De acordo com o texto, “após as apresentações do Cirque du Soleil, último evento grande, todos os entulho foram retirados”.
Doença na região
A Região da Pampulha é uma das quatro de BH que terá hoje um centro de saúde aberto para receber a população que precisar de atendimento médico. O objetivo é desafogar as Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), que registram aumento de 40% na procura em virtude da epidemia de dengue. Na Pampulha, abre as portas hoje o Centro de Saúde Santa Terezinha, na Rua Senador Virgílio Távola, 157, no bairro de mesmo nome, entre as 8h e às 17h. .