Mais um caso de meningite foi confirmado em Minas Gerais. Trata-se de uma criança moradora de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, diagnosticada com a forma bacteriana da doença. De acordo com a prefeitura, ela está hospitalizada e seu quadro é estável com melhora clínica. Acrescentou que todas as medidas de vigilância foram tomadas, entre elas, o acompanhamento da criança, avaliação do histórico vacinal, tratamento profilático de quem teve contato com o paciente e vigilância de novos casos. Em Minas, somente este ano, foram confirmados 149 casos das diversas formas de meningite e 19 mortes. Hoje é Dia Mundial de Combate à Meningite.
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Minas tem 248 cidades com incidência alta ou muito alta de dengue e Grande BH preocupaCaso de meningite bacteriana é confirmado em Nova LimaCriança de três anos morre com meningite em MinasA meningite é caracterizada por um processo inflamatório nas membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, conhecida como meninges. Pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas. As meningites bacteriana e viral se diferem principalmente pelo seu grau. A maior parte das meningites virais é mais benigna e evolui para a cura sem tratamento. Já as bacterianas podem ser graves e necessitam de tratamento imediato com antibióticos.
VACINAS No SUS, estão disponíveis doses que protegem contra alguns agentes causadores da doença. Entre elas está a BCG (meningite tuberculosa), a tríplice viral (meningite por sarampo, rubéola e caxumba), a vacina contra catapora (meningite por varicela), a vacina pentavalente (meningite por Haemophilus influenzae b em crianças abaixo de 5 anos de idade), a vacina meningocócica C conjugada (meningite meningocócica do tipo C) e vacinas pneumocócicas conjugadas 10 valente (meningite pneumocócica/10 tipos).
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), até 20 de março, a cobertura da vacina meningocócica C conjugada estava em 88,69% entre os menores de 1 ano, e 89,92% entre as crianças de 1 ano completo. A meta de cobertura definida pelo Ministério da Saúde para essas faixas etárias é de 95%.
Cerca de 2,5 mil pessoas são atingidas pela meningite por ano, no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. No mundo, nos últimos 20 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram reportados quase 1 milhão de casos com suspeita de meningite e 100 mil pessoas morreram. Os números são altos e a vacinação é a melhor forma de prevenção da doença, segundo o infectologista do Hospital Lifecenter Carlos Starling. Isso porque, de acordo com o especialista, há um significativo número de pessoas colonizadas com os meningococos, colônias de bactérias causadoras das meningites bacterianas, que nunca desenvolveram a doença, mas são transmissoras.
TRANSMISSÃO Esse é o tipo mais grave da doença. A transmissão ocorre, normalmente, de pessoa para pessoa pelo ar, seja por permanecer no mesmo local fechado com o portador da bactéria por mais que 4 horas, seja por meio do contato com a saliva (tosse, espirro, fala, beijo). A doença ocorre quando a bactéria entra na corrente sanguínea e migra até o cérebro através das meninges – capa que protege o cérebro e a medula espinhal. “Quanto mais coberta for a população em termos de vacinação, menor será a incidência dessas doenças”, explica o médico.
Outra preocupação é quando o paciente já tem um quadro clínico comprometido por uma doença autoimune, quando é soropositivo ou pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico.
Diante dos sintomas da meningite, o risco de morte aumenta a cada hora de forma muito significativa. “Quando o agente causador é bacteriano, a letalidade é de 20% a 50%, se não tratada em tempo hábil”, afirma o infectologista. O especialista conta que, quando a causa é bacteriana, a evolução é muito rápida e o tempo de incubação (intervalo entre o contágio e o aparecimento dos primeiros sintomas) costuma ser de três a quatro dias.
*Estagiário sob supervisão da subeditora Rachel Botelho.