Os mais de 200 mil passageiros que precisam usar o metrô de Belo Horizonte todos os dias tiveram mais uma derrota e terão que arcar, novamente, com a passagem de R$ 3,40, 88% acima dos atuais R$ 1,80. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) só depende de mudanças na operação das bilheterias para reajustar as tarifas após decisão da Justiça Federal em Brasília, que liberou a empresa a praticar o aumento. Os usuários do metrô reclamaram do valor e correram para garantir bilhete antes do reajuste.
A decisão foi proferida pelo desembargador Carlos Moreira Alves, presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) de Brasília, segunda instância da Justiça Federal de Minas Gerais. No despacho, o desembargador pontuou que em contrapartida à proibição da aplicação do aumento, a CBTU vem acumulando prejuízos ano após ano e, mesmo com aporte de recursos da União para bancar suas atividades, ainda assim vem registrando prejuízos. Esses prejuízos, inclusive, significam que a população de outros estados acaba prejudicada com a falta de correção tarifária em Belo Horizonte e em outras cidades, pagando pela operação do sistema em cidades que não habitam. A questão da tarifa do metrô de Belo Horizonte virou alvo de batalha judicial em maio do ano passado, quando houve a primeira decisão, da Justiça em Belo Horizonte proibindo o reajuste. Depois disso, a CBTU conseguiu reverter a decisão por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que entendeu em novembro que a Justiça Federal seria competente para avaliar o caso e antes de mandar o assunto para a esfera federal derrubou a liminar que impedia o aumento. Porém, com a chegada do caso na Justiça Federal nova decisão, ainda em novembro do ano passado, voltou a manter a passagem em R$ 1,80.
ESTOQUE A procura pelo tíquete com o valor atual se intensificou após o anúncio.
O servidor público Leonardo Camargo, de 37, fez o mesmo e comprou 100 bilhetes ainda pelo valor de R$ 1,80. “Gostaria de comprar mais, mas final de mês é complicado, aperta”, lamentou. No ano passado, quando ocorreu o anuncio, ele fez o mesmo e estocou bilhetes em casa. “Uso o metrô todo dia. Melhor garantir”, acrescentou. Já a bancária Isabella Maia, de 24, espera poder comprar os tíquetes hoje. “Fiquei sabendo durante a tarde e não tirei o dinheiro.
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