"Repúdio e revolta"
Em entrevista ao Estado de Minas, o prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), lamentou que a Fundação Renova só garanta os direitos da população do município depois de batalhas judiciais. "É um sentimento de repúdio e revolta. É um direito da população que não foi reconhecido anteriormente. Infelizmente, mais uma vez, se não tivesse a interferência da Justiça, a população não teria seu direito respeitado", afirmou.
Segundo o chefe do Executivo, o município gasta cerca de R$ 70 milhões anualmente com a saúde. Ele também ressaltou que os custos com assistência social dispararam depois da tragédia, principalmente pelo crescimento do número de desempregados.
"Não falta recurso financeiro (para a Fundação Renova). É importante as pessoas saberem disso. As mantenedoras, tanto a Vale quanto a BHP, têm mandado os recursos. Prova disso é que já foram gastos R$ 5 bilhões. Mas, infelizmente, qualquer ação que é justa para o município de Mariana só sai através da Justiça", lamentou.
Calamidade financeira
Em 26 de março, a prefeitura de Mariana chegou a decretar calamidade financeira do município. A decisão foi tomada após a paralisação das minas de Alegria e Fábrica Nova, ambas da Vale, situadas na cidade.
Em razão disso, houve interrupção dos serviços de saúde até 2 de abril, quando o decreto foi revogado. O fim da calamidade financeira se deveu a um aporte financeiro temporário firmado pela Vale com o município.
Outro lado
Em contato telefônico, a Fundação Renova informou que o repasse anual será parcelado com pagamentos iguais a cada três meses. Segundo a entidade, as transferências começam ainda neste semestre.