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Estado de Minas

Com mais 2 mil casos em nove dias, BH terá reforço para atender pacientes da dengue

Testes comprovam que 6,2 mil pessoas tiveram a doença, número 50% maior que o verificado há nove dias. Outros 18,8 mil registros são investigados. Rede pública reforça atendimento


postado em 27/04/2019 06:00 / atualizado em 27/04/2019 07:20

Mutirão fez caça às larvas do Aedes no Cemitério da Saudade (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A. Press)
Mutirão fez caça às larvas do Aedes no Cemitério da Saudade (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A. Press)


A epidemia de dengue em Belo Horizonte já deixa milhares de pessoas doentes. O número de casos da doença ultrapassa 6,2 mil, sendo que 2 mil deles foram confirmados em um intervalo de nove dias. A média é de 54 registros comprovados por dia. A situação pode ser ainda pior, pois 18,8 mil notificações ainda estão sendo investigadas. Para conter o avanço da enfermidade e dar assistência aos doentes, medidas urgentes estão sendo tomadas. Ontem, um mutirão foi feito no Cemitério da Saudade, na Região Leste da capital. Hoje, o primeiro Centro de Atendimento para Dengue (CAD), no Barreiro, e sete postos de saúde serão abertos para atender a população e tentar desafogar as superlotadas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs). A Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) montou um posto de hidratação no Hospital Júlia Kubitschek, no Barreiro, onde há o maior número de infectados. Outras unidades de saúde administradas pela fundação ganharam reforços de profissionais e insumos para atender a alta na demanda.

Boletim epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) mostra um avanço significativo da dengue em Belo Horizonte. Ao todo, foram 25,1 mil casos notificados. Destes, 6.280 já estão confirmados e outros 18.894 ainda permanecem em investigação. Foram descartados 5.195 registros. Nove dias atrás, no balanço de 17 de abril, a cidade tinha 4.185 confirmações. A região do Barreiro continua sendo a líder de casos confirmados, com 1.232 no total. Em seguida, vem a Pampulha, com 866 confirmações, Nordeste, com 818, Venda Nova, com 751, e Noroeste, com 743.

Ao menos uma morte está sendo investigada por dengue hemorrágica. A vítima estava internada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Barreiro. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), exames foram feitos na paciente e encaminhados para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), responsável por fazer a análise do material. Não foi informado pela administração municipal o prazo para a divulgação do resultado.

(foto: Arte )
(foto: Arte )


O aumento no número de casos levou a Prefeitura a tomar medidas emergenciais para atender os moradores doentes. Hoje, a população terá mais serviços à disposição na capital mineira para tratar da dengue. O Centro de Atendimento para Dengue no Barreiro, será inaugurado para atender, exclusivamente, pessoas com sintomas de dengue. O local ficará aberto das 7h às 18h todos os dias. Além disso, sete centros de saúde vão atender os moradores das 8h às 17h (confira lista no quadro).

Emergência


A Fhemig, ligada ao governo do estado, também se mobilizou para conseguir atender os pacientes doentes. O decreto de emergência na saúde pública, do governo do estado, permitiu que recursos fossem liberados, o que facilitou as ações nas unidades do setor. “Com o decreto, conseguimos alocar mais recursos. Ontem (quinta-feira), criamos um posto de hidratação no Júlia Kubitschek. Recebemos poltronas, longarinas, cadeiras para acompanhantes”, explicou Marcelo Lopes Ribeiro, diretor assistencial da Rede Fhemig.

A presidente da Fhemig, Vânia Cunha, ressalta a parceria entre o estado, o município, e a Fundação, para a criação das medidas emergenciais. “Essa parceria de diálogo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e o município está sendo sistemático e nos viabiliza tomar todas as decisões. Isso faz com que a população seja atendida de forma mais eficiente”, ressaltou.

Mutirões


O Cemitério da Saudade, no bairro de mesmo nome, na Região Leste de Belo Horizonte, passou por um mutirão de limpeza na manhã de ontem.  A ação faz parte dos esforços da prefeitura para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika. Os agentes de saúde fizeram vistorias para identificar possíveis focos larvários, como sacolas, potes e garrafas de plásticos, além de limpar toldos que possam formar bolsas e acumular água da chuva.

A capina de rotina já está sendo feita desde o início do mês. Construído em 1942, o Cemitério da Saudade tem 32 mil túmulos, quatro velórios e área de 188 mil metros quadrados. O cemitério recebe uma média de 220 sepultamentos por mês.  A ação foi realizada conjuntamente pela Secretaria Municipal de Saúde, a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, a SLU e a Coordenadoria de Atendimento Regional Leste.


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