A epidemia de dengue em Belo Horizonte já deixa milhares de pessoas doentes. O número de casos da doença ultrapassa 6,2 mil, sendo que 2 mil deles foram confirmados em um intervalo de nove dias. A média é de 54 registros comprovados por dia. A situação pode ser ainda pior, pois 18,8 mil notificações ainda estão sendo investigadas. Para conter o avanço da enfermidade e dar assistência aos doentes, medidas urgentes estão sendo tomadas. Ontem, um mutirão foi feito no Cemitério da Saudade, na Região Leste da capital. Hoje, o primeiro Centro de Atendimento para Dengue (CAD), no Barreiro, e sete postos de saúde serão abertos para atender a população e tentar desafogar as superlotadas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs). A Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) montou um posto de hidratação no Hospital Júlia Kubitschek, no Barreiro, onde há o maior número de infectados. Outras unidades de saúde administradas pela fundação ganharam reforços de profissionais e insumos para atender a alta na demanda.
Ao menos uma morte está sendo investigada por dengue hemorrágica. A vítima estava internada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Barreiro. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), exames foram feitos na paciente e encaminhados para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), responsável por fazer a análise do material. Não foi informado pela administração municipal o prazo para a divulgação do resultado.
O aumento no número de casos levou a Prefeitura a tomar medidas emergenciais para atender os moradores doentes. Hoje, a população terá mais serviços à disposição na capital mineira para tratar da dengue. O Centro de Atendimento para Dengue no Barreiro, será inaugurado para atender, exclusivamente, pessoas com sintomas de dengue. O local ficará aberto das 7h às 18h todos os dias. Além disso, sete centros de saúde vão atender os moradores das 8h às 17h (confira lista no quadro).
Emergência
A Fhemig, ligada ao governo do estado, também se mobilizou para conseguir atender os pacientes doentes. O decreto de emergência na saúde pública, do governo do estado, permitiu que recursos fossem liberados, o que facilitou as ações nas unidades do setor. “Com o decreto, conseguimos alocar mais recursos. Ontem (quinta-feira), criamos um posto de hidratação no Júlia Kubitschek. Recebemos poltronas, longarinas, cadeiras para acompanhantes”, explicou Marcelo Lopes Ribeiro, diretor assistencial da Rede Fhemig.
A presidente da Fhemig, Vânia Cunha, ressalta a parceria entre o estado, o município, e a Fundação, para a criação das medidas emergenciais. “Essa parceria de diálogo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e o município está sendo sistemático e nos viabiliza tomar todas as decisões. Isso faz com que a população seja atendida de forma mais eficiente”, ressaltou.
Mutirões
O Cemitério da Saudade, no bairro de mesmo nome, na Região Leste de Belo Horizonte, passou por um mutirão de limpeza na manhã de ontem. A ação faz parte dos esforços da prefeitura para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika. Os agentes de saúde fizeram vistorias para identificar possíveis focos larvários, como sacolas, potes e garrafas de plásticos, além de limpar toldos que possam formar bolsas e acumular água da chuva.
A capina de rotina já está sendo feita desde o início do mês. Construído em 1942, o Cemitério da Saudade tem 32 mil túmulos, quatro velórios e área de 188 mil metros quadrados. O cemitério recebe uma média de 220 sepultamentos por mês. A ação foi realizada conjuntamente pela Secretaria Municipal de Saúde, a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, a SLU e a Coordenadoria de Atendimento Regional Leste.