Jornal Estado de Minas

Dengue tem aumento de 872,1% em relação ao ano passado em MG

- Foto: Ministério da Saúde/ divulgação

A dengue avança por Minas Gerais em ritmo acelerado. Foram registrados 123.151 casos prováveis de dengue em Minas Gerais, aumento de 872,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 12.669 casos. O número presenta um aumento superior a média nacional, que foi de 339,9%. É o que mostra o Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti – LIRAa, divulgado nesta manhã pelo Ministério da Saúde. O número de óbitos pela doença também teve aumento de 4 para 16 mortes. No Brasil, morreram 123 pessoas. O Ministério da Saúde alerta que o sistema de vigilância de estados e municípios e toda a população devem reforçar os cuidados para combater o mosquito.  
 

LIRAa é um instrumento fundamental para o controle do vetor e das doenças (dengue, zika e chikungunya). Com base nas informações coletadas, o gestor pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de criadouro predominante.
O objetivo é que, com a realização do levantamento, os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do mosquito. 


Alguns estados têm situação mais preocupante, por apresentarem alta incidência da doença, ou seja, estão com a incidência maior que 100 casos por 100 mil habitantes: Minas Gerais (585,3 casos/100 mil hab.)  está em quarto lugar, ficando atrás apenas do Tocantins (799,2 casos/100 mil hab.), Mato Grosso do Sul (697,9 casos/100 mil hab.) e Goiás (630,8 casos/100 mil hab.).

 O levantamento mostra que 60% dos municípios que informaram ao estado o resultado do estudo estão em situação de risco ou em alerta para a possibilidade de surto  para as doenças dengue, zika e chikungunya.  803 municípios do estado realizaram o LIRAa. O estado conta com 853 municípios. A capital do estado, Belo Horizonte, está em alerta (2,60%).

Os dados apontam que estão confirmados 517 casos de dengue em Minas. Desses, 52 casos são classificados como dengue grave.

O alerta em relação à volta do vírus do tipo 2 é outro motivo de preocupação. O vírus circula no estado, mas nunca predominou – o domínio sempre foi do tipo 1. "Trata-se de um estado com a densidade populacional muito alta, com municípios de médio e grande porte em situação de transmissão de aumento de casos como, por exemplo, a Região do Triângulo Mineiro e a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Nas ultimas duas, BH tem passados por um volume alto de casos, mostrando a incidência do vírus 2 como o mais significativo.

Ele (o vírus tipo 2) não era predominante até 2000", explicou Rodrigo Said,  coordenador-geral dos programas nacionais de Controle e Prevenção da Malária e das Doenças Transmitidas pelo Aedes. 

 

Em relação à zika, foram registrados 322 casos. Em 2018, no mesmo período, foram registrados 62 casos prováveis. Portanto, o aumento também chama a atenção: 419,4%.  "Todo a região das Américas, no período de 2017/2018, contou com  uma baixa circulação de arboviroses, o que inclui dengue e zika. Porém, tivemos a permanecia deles. Quando falamos de um estado com mais de 20 milhões de habitantes que teve apena 62 casos de zika, podemos considerar 322 ainda uma incidência muito baixa. Qualquer percentual de aumento de casos agora mostraria uma variação significativa", justifica Said. Porém, alerta sobre os cuidados com as gestantes. 

Também foram registrados 1.233 casos de chikungunya no país. Em 2018, foram 6.405 casos – uma redução de - 80,7.

Em 2019, não foram confirmados óbitos por chikungunya.



Os resultados reforçam a necessidade de intensificar imediatamente as ações de prevenção contra a dengue, zika e chikungunya, em especial nas cidades em risco e em alerta. O armazenamento de água no nível do solo (doméstico), como tonel, barril, foi o principal tipo de criadouro no país, seguido dos depósitos móveis, caracterizados por vasos/frascos com água, pratos e garrafas retornáveis. 

Por último, depósitos encontrados em lixo, como recipientes plásticos, garrafas PET, latas, sucatas e entulhos de construção, sendo passíveis de remoção. 


Ações de combate ao Aedes 


As ações de prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti são permanentes e tratadas como prioridade pelo Governo Federal. Todas as ações são gerenciadas e monitoradas pela Sala Nacional de coordenação e Controle para enfrentamento do Aedes, que atua em conjunto com outros órgãos, como o Ministério da Educação; da Integração, do Desenvolvimento Social; do Meio Ambiente; Defesa; Casa Civil e Presidência da República. A Sala Nacional articula com as Salas Estaduais e Municipais (2.166) as ações de mobilização e também monitora os ciclos de visita a imóveis urbanos no Brasil.

O Ministério da Saúde também oferece continuamente aos estados e municípios apoio técnico e fornecimento de insumos, como larvicidas para o combate ao vetor, além de veículos para realizar os fumacês, e testes diagnósticos, sempre que solicitado pelos gestores locais. Entre janeiro e março deste ano, a pasta já enviou mais de 90 mil reações do teste Elisa para diagnóstico de dengue aos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACENs) estaduais.

Para o diagnóstico das doenças zika e chikungunya, e também dengue, todos os laboratórios do país estão abastecidos com o teste em Biologia Molecular. Para estas ações, a pasta tem garantido orçamento crescente. Os recursos para as ações de Vigilância em Saúde, incluindo o combate ao Aedes aegypti, cresceram nos últimos anos, passando de R$ 924,1 milhões, em 2010, para R$ 1,73 bilhão em 2018. Este recurso é destinado à vigilância das doenças transmissíveis, entre elas dengue, zika e chikungunya.
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