É necessário reforço urgente do sistema de vigilância e nas ações da população para combater o mosquito Aedes aegypti. Foi esse o alerta do Ministério da Saúde para tentar conter o avanço da dengue no país. Segundo dados da pasta consolidados para todo o país até 13 de abril, Minas Gerais figura na lista dos estados com maior incidência da doença por grupo de 100 mil habitantes, na quarta posição, atrás apenas de Tocantins, Mato Grosso do Sul e Goiás. O aumento em território mineiro de casos prováveis – que englobam os confirmados e os suspeitos – foi de 872,1% de janeiro a abril deste ano na comparação com o mesmo período de 2018. Nas estatísticas das mortes provocadas pela enfermidade, a situação é ainda mais grave. O estado figura no levantamento como o segundo no Brasil, superado somente por São Paulo. Para atender aos moradores doentes, a Prefeitura de Belo Horizonte abre hoje mais dois centros de atendimento específicos para pacientes com confirmação ou suspeita da virose.
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde ontem mostram que até 13 de abril foram registrados no país 451.685 casos prováveis da doença, 211.710 deles confirmados. No mesmo período, 123 pessoas morreram. Alguns estados têm situação mais preocupante, por apresentarem alta incidência da virose, ou seja, estão com taxa maior que 300 casos por 100 mil habitantes: Minas Gerais (585,3 casos/100 mil moradores) aparece abaixo de Tocantins (799,2/100 mil), Mato Grosso do Sul (697,9 /100 mil) e Goiás (630,8/100 mil).
Um dos motivos para alta nos casos é o avanço do vírus tipo 2 (Denv2), que nunca predominou em Minas – o domínio sempre foi do tipo 1. “Trata-se de um estado com densidade populacional muito alta, com municípios de médio e grande portes em situação de transmissão e de aumento de casos, como na Região do Triângulo Mineiro e na Região Metropolitana de Belo Horizonte. BH tem enfrentado um volume alto de casos, mostrando a incidência do vírus 2 como a mais significativa”, afirmou Rodrigo Said, coordenador-geral dos programas nacionais de Controle e Prevenção da Malária e das Doenças Transmitidas pelo Aedes aegypti. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, o Denv 2 é registrado em 25 das 28 unidades regionais de saúde do estado, com predomínio em 17 delas (veja mapa).
O resultado do Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) também preocupa o Ministério da Saúde: 60% dos municípios que informaram os dados do estudo em seus territórios estão em situação de risco (16%) ou em alerta (44%) para a possibilidade de surto de doenças transmitidas pelo mosquito, vetor, além da dengue, da zika e da chikungunia. Boletim da saúde estadual aponta os criatórios do mosquito em depósitos domiciliares como predominantes na maior parte dos municípios (veja mapa), seguidos por focos em lixo e reservatórios de água.
REFORÇO
Confira unidades que abrem hoje exclusivamente para atender pacientes com suspeita de dengue
» CADs
» Barreiro – Praça Modestino Sales Barbosa, 100, Bairro Flávio Marques Lisboa
» Nordeste – Rua Joaquim Gouvêia, 560, Bairro São Paulo)
» Venda Nova – Rua Padre Pedro Pinto, 175, Venda Nova, 2º andar
» Postos
» Tirol – Rua Nélio Cerqueira, 15, Tirol (Barreiro)
» São Bernardo – Rua Vasco da Gama, 334, São Bernardo (Norte)
» Santa Terezinha – Rua Senador Virgílio Távora, 157, Santa Terezinha (Pampulha)