Agentes penitenciários lotados no Presídio de São Joaquim de Bicas 1, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram surpreendidos por uma dupla na manhã desta quarta-feira (1º). A ocorrência foi registrada pela Polícia Militar (PM).
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Houve uma intensa troca de tiros entre as partes, mas nenhum agente ficou ferido, segundo a polícia. Os servidores viram dois homens fugindo em uma moto, ambos sem capacete, mas não souberam detalhar as características do veículo nem dos suspeitos.
A PM fez uma busca nas redondezas do presídio, mas não encontrou os dois suspeitos.
Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) informou que, por volta de 0h30, dois homens escondidos em um matagal próximo à muralha da unidade atiraram contra agentes penitenciários que estavam cumprindo plantão.
"Os tiros foram disparados depois que os servidores avistaram os indivíduos em meio ao matagal e ordenaram que os mesmos se deitassem. Os agentes revidaram os disparos e os dois homens evadiram em uma motocicleta. Na troca de tiros não houve feridos.
Denúncias e fuga
Em 15 de abril, quatro detentos, com idades entre 21 e 36 anos, fugiram do presídio de São Joaquim de Bicas. De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), eles escaparam da unidade “por transposição de barreiras”. Há informações de que eles usaram uma corda feita de lençóis para escalar o muro.
São eles: Daniel Rubil do Santos de Oliveira, de 21 anos; Felipe Lopes de Campos, de 34; Pablo Junio de Laia Pereira, 25; e Wanderson Antônio Martins, 36.
Um relatório da Comissão de Assuntos Carcerários da Ordem dos Advogados do Brasil – Sessão Minas Gerais (OAB/MG) concluído em dezembro de 2018 mostra que Bicas I abriga hoje 2,4 mil detentos e tem um número de agentes insuficiente para atender a demanda.
Segundo o presidente da comissão, Fábio Piló, a unidade tem capacidade para receber 800 presos. “Hoje, a situação de (São Joaquim de) Bicas é pior do que no ano passado porque o estado ainda vem colocando mais detentos, não só lá, mas nas outras unidades”, disse.
No ano passado, a OAB denunciou às autoridades que servidores das unidades prisionais estariam fazendo um “corredor polonês” com os detentos – forma de castigo físico em que um indivíduo deve passar correndo entre duas fileiras de pessoas que o agridem – nas unidades prisionais de Bicas 1 e de Bicas 2.
Questionada, a Seap disse que não informa a lotação de unidades específicas e o número de servidores por razões de segurança. “Ainda neste semestre serão convocados os primeiros candidatos aprovados no Processo Seletivo Simplificado para o cargo de Agente de Segurança Penitenciário. O processo não tem status de concurso e serve apenas para contratos. Por estar em andamento, o resultado ainda não foi divulgado”, disse a secretaria. Sobre a prática do corredor polonês, a pasta informou, à época, que o fato seria apurado.
Com informações de Larissa Ricci
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