Belo Horizonte ganha o reforço do Exército no combate ao mosquito Aedes aegypti. A partir de terça-feira, cerca de 50 militares passarão a integrar as equipes dos três Centros de Atendimento à Dengue (CAD) e nas Unidades de Pronto-Atendimento (Upas) da cidade, para dar apoio ao pessoal administrativo.
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Postos de saúde de BH abrem neste fim de semana contra a dengue; veja listaDengue: um foco do Aedes aegypti com vista para toda a Belo HorizonteSó cinco cidades da Grande BH ainda não sofrem com epidemia de dengueCom 43 mil registros prováveis em uma semana, Minas supera 200 mil casos de dengue; mortes são 25A ideia é “folgar” do serviço burocrático os funcionários da área de saúde, como enfermeiros e médicos, os deixando se concentrar no atendimento a pacientes. Eles ficarão responsáveis por fazer o cadastramento de quem está em consulta e preencher as fichas de notificação.
“A exemplo da Polícia Militar, que disponibilizou 10 médicos para atender os casos de dengue, o Exército fez essa parceria conosco. Agora, só falta o esforço de toda a população”, afirmou ontem o secretário Municipal de Saúde, Jackson Machado. Ele ressaltou que a epidemia deste ano era esperada e está controlada.
São 7.764 casos confirmados da doença e 25 mil em estudo. A expectativa é de que o número de doentes em 2019 chegue a pouco mais de 30 mil. Apesar da grande quantidade, a epidemia será mais branda que em 2016, quando foram registrados 154 mil confirmações na capital. “A sobrecarga se dá muito em função dos moradores de municípios limítrofes, que vêm procurar atendimento em BH.
O secretário-adjunto de Estado de Saúde, Bernardo Ramos, informou que o decreto de calamidade vai desburocratizar a máquina pública e dar mais eficiência e resposta rápida ao paciente que chega para atendimento. Minas tem 165 mil casos confirmados e deve chegar a 220 mil este ano.
WOLBACHIA A expectativa para reduzir futuramente os casos de dengue em todo o país está no insetário, que está sendo criado em Belo Horizonte. Serão criados, identificados e monitorados mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, para serem liberados em Belo Horizonte.
O projeto tem como objetivo contribuir para a redução da transmissão dos vírus dengue, zika e chikungunya, em Belo Horizonte, e é parte integrante do programa internacional World Mosquito Program (WMP), em uma parceria com a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde.
A bactéria, que é inofensiva à espécie humana, ocorre em 60% dos mosquitos da fauna brasileira, não está presente no Aedes. Pesquisas constataram que, ao serem contaminadas com a Wolbachia, as fêmeas do mosquito transmissor da dengue não transmite o vírus da doença. Os trabalhos no insetário devem começar em agosto. .