As dificuldades impostas por um trânsito cada vez mais carregado e congestionado em Belo Horizonte obrigam a BHTrans a buscar soluções principalmente para os pontos de cruzamentos da cidade. Nos últimos 19 anos, a frota de veículos explodiu na capital mineira.
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Trânsito matou quase 5 pessoas a cada 24 horas nos primeiros meses do anoCampanha Maio Amarelo mira na redução de acidentes de trânsitoJustiça suspende cobrança de serviços bancários a donos de carros retidos pela BHTransPM e Uber discutem parceria para aumentar a vigilância em Minas GeraisNessa frente de ação, a BHTrans vem fazendo uma alteração que é pouco percebida por quem transita pela área central da cidade, mas que mexe diretamente na dinâmica do tráfego. Dos 351 cruzamentos regidos por sinais no perímetro da Avenida do Contorno, 134 já passaram por alteração no ciclo de abertura e fechamento.
Antes, o tempo somado das luzes verde, amarela e vermelha era de 120 segundos, mas foi reduzido para 90, em uma mudança que alcançará todos os cruzamentos do Centro até o ano que vem.
Além da redução dos ciclos dos semáforos, a BHTrans está implantando no mesmo conjunto de cruzamentos internos ao perímetro da Avenida do Contorno uma política que considera uma velocidade menor de deslocamento dos pedestres. Isso significa que o tempo de travessia está aumentando, de acordo com o tamanho de cada cruzamento. Segundo o diretor de Sistema Viário da BHTrans, José Carlos Ladeira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o tempo de travessia de um pedestre deve considerar que ele se locomove a uma velocidade de 1,2 metro por segundo, mas pesquisas feitas em BH consideram um deslocamento ainda mais lento, de 0,9 metro por segundo. “Isso significa um tempo maior de travessia”, diz o diretor.
José Carlos ainda explica que o objetivo da BHTrans nos cruzamentos regidos por semáforos na cidade é conseguir alcançar o chamado ciclo ótimo, em que coexista a melhor relação entre a fila formada pelo sinal fechado e o tempo de espera pela próxima vez em que o semáforo vai abrir. Nesse ponto, 134 cruzamentos internos da área da Contorno já tiveram modificação.
Com a queda da soma das luzes verde, amarela e vermelha de 120 para 90 segundos, em uma hora a quantidade de oportunidades passa de 30 para 40, e a soma dos segundos em que o semáforo fica aberto para os pedestres aumenta 20 segundos. “Com um ciclo muito grande, há muito tempo de verde, mas em compensação há também muito tempo de vermelho.
Um dos locais que já contam com a modificação é a área hospitalar, onde os pedestres aprovaram a medida. “Achei melhor, porque a gente tem mais chances para atravessar e não tem que ficar esperando demais até a próxima vez”, disse a confeiteira Poliana Ferreira Rodrigues, de 31 anos, ao circular pelo cruzamento das avenidas Francisco Sales e Alfredo Balena.
"Para falar a verdade, eu não sabia da mudança, mas achei mais rápido o tempo que esperei para atravessar. Gostei, porque aumenta o conforto do pedestre”, afirma a enfermeira Alessandra Amorim, de 45. Segundo a BHTrans, áreas como a Praça Sete, entorno da rodoviária e hospitais já contam com a modificação, que chegará a todos os 351 cruzamentos do interior da Contorno até o ano que vem.
Nas avenidas Antônio Carlos, Cristiano Machado e Pedro I, 56 interseções também terão alterações no ciclo, porém de 160 segundos para 100, aumentando o número de oportunidades dos pedestres para atravessar esses corredores do Move. Apesar de os ciclos serem prefixados, situações adversas no trânsito da cidade podem alterar os padrões e exigir mudança nos tempos, o que é feito na Central de Operações da Prefeitura de BH (COP/PBH). Operadores dos semáforos têm autonomia para aumentar o tempo de verde ou de vermelho diante de acidentes, manifestações ou outras situações que exijam ação rápida para não prejudicar a fluidez.
NOVOS SINAIS
Outra linha de atuação em pontos de interseções da cidade exige a colocação de semáforos onde eles ainda não existem. Segundo a BHTrans, cada caso deve ser verificado de forma pontual, pois é importante analisar o fluxo de veículos, o fluxo de pedestres e até o contexto da região.