Além de 236 óbitos e 34 desaparecimentos, confirmados até o momento, o impacto ambiental da tragédia com o rompimento da barragem da mina do Córrego de Feijão, em Brumadinho, também é expressivo. Uma preocupação imediata das autoridades é com o abastecimento de água na Grande Belo Horizonte. Sob risco de racionamento para cerca de 2,5 milhões de pessoas na região metropolitana da capital, o Governo de Minas acionou a Justiça para que a Vale inicie um projeto de captação no Rio Paraopeba, em parte contaminado pela lama, e adote medidas preventivas no Sistema do Rio das Velhas.
De acordo com a Advocacia-Geral do Estado, estudos da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) apontam emergência pelo início de obras para captação de água no Rio Paraopeba. “Caso contrário, não haverá alternativas viáveis para evitar o racionamento ou rodízio no abastecimento de água em Belo Horizonte e cidades vizinhas”, afirma a AGE em nota.
Os laudos da Copasa demonstram que, desde a data da tragédia ocorrida em Brumadinho, no dia 25 de janeiro, a empresa não pode utilizar a captação de água do Sistema Paraopeba por causa da contaminação do rio. No pedido, o Estado requer também que a Vale assegure o abastecimento em locais afetados pela tragédia, nas cidades de Brumadinho, Paraopeba e Caetanópolis.
Ainda segundo dados da Copasa, ‘existe uma grande probabilidade de que, nos próximos meses, apenas os três reservatórios - Rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores - que já existiam antes da inauguração do Sistema do Rio Paraopeba estejam aptos a atender a população da Região Metropolitana de Belo Horizonte’.
Para a empresa, a situação seria a mesma que gerou o desabastecimento de água na Grande BH em 2015. A ação também requer medidas preventivas no Sistema Rio das Velhas por causa de riscos de contaminação evidenciados nos estudos. “Uma eventual inviabilidade de captação de água no Rio das Velhas impactaria diretamente o abastecimento de mais de 2,4 milhões de pessoas em Belo Horizonte, Raposos, Nova Lima, Sabará e Santa Luzia”, alerta.
A AGE pede ainda que seja estabelecida multa diária caso a empresa não as medidas emergenciais propostas. O Estado de Minas entrou em contato com a Vale e a Copasa sobre o processo.
Segundo posicionamento da Vale, a empresa "mantendo reuniões periódicas com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e demais autoridades para discutir as medidas necessárias à continuidade do abastecimento nos municípios afetados pelo rompimento da barragem de Brumadinho, as quais vem sendo implementadas desde o ocorrido", disse. A companhia ainda respondeu que 'se posicionará a respeito dos pedidos do Estado de Minas Gerais na próxima audiência judicial do caso, já designada'.
Vale testa estação de tratamento
Em nota, a Vale diz estar em fase de testes uma Estação de Tratamento de Água Fluvial (ETAF) no Ribeirão Ferro-Carvão, afluente do Rio Paraopeba. De acordo com a empresa, a estação reduzirá a turbidez, separando sólidos e filtrando a água para devolve-la tratada ao Córrego Casa Branca, outro afluente do Paraopeba. Ainda segundo o texto, 'a implantação da estrutura integra o Plano de Contenção de Rejeitos apresentado pela empresa aos órgãos públicos, após o rompimento da Barragem B1, em Brumadinho'.
Segundo posicionamento da Vale, a empresa "mantendo reuniões periódicas com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e demais autoridades para discutir as medidas necessárias à continuidade do abastecimento nos municípios afetados pelo rompimento da barragem de Brumadinho, as quais vem sendo implementadas desde o ocorrido", disse. A companhia ainda respondeu que 'se posicionará a respeito dos pedidos do Estado de Minas Gerais na próxima audiência judicial do caso, já designada'.
Vale testa estação de tratamento
Em nota, a Vale diz estar em fase de testes uma Estação de Tratamento de Água Fluvial (ETAF) no Ribeirão Ferro-Carvão, afluente do Rio Paraopeba. De acordo com a empresa, a estação reduzirá a turbidez, separando sólidos e filtrando a água para devolve-la tratada ao Córrego Casa Branca, outro afluente do Paraopeba. Ainda segundo o texto, 'a implantação da estrutura integra o Plano de Contenção de Rejeitos apresentado pela empresa aos órgãos públicos, após o rompimento da Barragem B1, em Brumadinho'.