A Vale anunciou que está iniciando a fase de testes em uma Estação de Tratamento de Água Fluvial no Ribeirão Ferro-Carvão, localizado em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O ribeirão, que é afluente do Rio Paraopeba, foi atingido pelo tsunami de rejeitos liberados após o rompimento da barragem b1 da Mina Córrego do Feijão. A tragédia já deixou 236 óbitos e, mais de três meses depois, 34 pessoas seguem desaparecidas.
De acordo com a mineradora, o novo processo tem o objetivo de reduzir a turbidez da água e devolvê-la tratada ao Rio Paraopeba. A medida não tem relação com o anúncio da Copasa de que o abastecimento da capital mineira poderá ser atingido até o início do ano que vem.
A iniciativa está presente no plano de contenção de rejeitos elaborado pela Vale junto com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), ainda em janeiro.
Segundo a mineradora, a água do Ferro-Carvão será captada e bombeada para a estação, onde passará por processos de filtragem e remoção de sedimentos. A captação ocorrerá próximo à ponte da Avenida Alberto Flores, onde foi instalada uma cortina de estacas metálicas para conter os rejeitos.
A estação terá capacidade para tratar aproximadamente 2 milhões de litros por hora.
FUNCIONAMENTO Na estação, a água será separada dos sólidos por meio de um processo de decantação e, em seguida, passa pela filtragem, retornando tratada ao córrego Casa Branca, outro afluente do Paraopeba.
Desabastecimento em BH
Os moradores de Belo Horizonte poderão ter que racionalizar o consumo de água a partir do ano que vem. Isso porque o ponto de captação de água da Copasa no Rio Paraopeba está suspenso desde o rompimento da barragem, em Brumadinho.
A Copasa informou que o abastecimento de BH pode ser prejudicado já no início do ano que vem.