Jornal Estado de Minas

Motoristas de aplicativos denunciam violência de manifestantes em dia de protesto mundial


 
O dia de quem presta serviços a aplicativos de transporte privado foi movimentado. De um lado estava quem aderiu a paralisação mundial em busca de melhores condições de trabalho. De outro quem preferiu continuar com o aplicativo ligado. O resultado foi de prejuízos para ao menos 23 pessoas que preferiram não participar do ato Uber off (Uber desligado).

Segundo Warley Leite, administrador de diversos grupos de condutores de veículos em redes sociais, grupos de manifestantes, espalhados por diferentes cidades da Grande BH, solicitavam viagens pelo celular. Quando o carro chegava, as agressões começavam: pedras, pedaços de paus e até ovos eram arremessados em direção aos veículos.
 

 

 “Nossa situação é crítica e bem desesperadora. Eles juntaram um grupo de pessoas e chamavam as pessoas pelo aplicativo. E quando o cara chegava ao local era agredido. Houve quebra de vidros e ovos jogados nos carros.
Ainda assim, não tivemos feridos. O pessoal está muito com muito medo”, contou. A informação foi divulgada, primeiramente, pelo portal O Tempo e confirmada pelo Estado de Minas.

O ato

 
 

Motoristas que trabalham com aplicativos de transporte se concentram na manhã desta quarta-feira em dois pontos de Belo Horizonte, em uma manifestação exigindo algumas mudanças nos programas. Especialmente, a diminuição da taxa das corridas que fica com as empresas.

A manifestação é um movimento que acontece em vários países do mundo, batizada de Uber Off (Uber desligado). Na capital mineira, a previsão era que 2 mil condutores desligassem os apps e pelo menos 400 participassem de ato em frente ao Mineirão, na Pampulha, a partir das 7h.

Porém, segundo a Polícia Militar (PM), o movimento contava com cerca de 30 motoristas em frente à esplanada do estádio. Organizadores falaram em mais de 50.

Na Praça do Papa, no Bairro Mangabeiras, Centro-Sul da cidade, a previsão era de início da concentração a partir das 9h. Contudo, a PM informou que o movimento também era baixo, com cerca de 30 pessoas.

Segundo Iori Takahashi, coordenador do Movimento de Motoristas por Aplicativo em BH, 13 itens compõem a pauta pleiteada pelos condutores.
As principais delas são o reajuste de 30% no valor pago aos motoristas em relação ao tempo e à quilometragem rodada e redução da taxa que fica com as empresas para 12%. Hoje, segundo Iori, o percentual gira em torno de 25%, mas chega a até 50% para as companhias.
 

Supremo decide 


Com diferentes leis que regulam o transporte por aplicativos no Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou a operação das empresas no Brasil ontem. A decisão foi tomada por unanimidade. A corte se baseou no princípio da livre concorrência. Com isso, os municípios podem fiscalizar o serviço, mas não proibir a circulação ou estabelecer medidas para restringir a atuação.

A decisão do Supremo também poderá acabar com a guerra jurídica de liminares que autorizaram e proibiram a circulação dos motoristas em várias cidades do país, como São Paulo e Fortaleza.

Na Grande BH, o caso mais emblemático aconteceu em Confins, cidade que abriga o aeroporto internacional. Lá, a prefeitura local restringiu a operação das empresas, obrigando-as a se registrarem na Junta Comercial do município. 

(Com Guilherme Paranaiba e Agência Brasil) 
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