O pequeno Luan Carlos de Souza Braga, de 4 anos, aprendeu bem cedo a demonstrar seu afeto: abraça com vontade, dá beijinhos sem parcimônia e já conhece palavras que saem com espontaneidade e vibram no ar até encontrar o coração mais próximo. Na tarde de quinta-feira, o menino não se conteve diante de Maria José Cardoso Vasconcelos, de 68, viúva, mãe de três filhos e avó sete vezes. “Gosto muito dela. Minha mãe, Luciana, sabe disso, viu? E ela deixa”, disse o menino, risonho, que participa do Projeto Providência, da Arquidiocese de Belo Horizonte, no Bairro Jardim Vitória, Região Nordeste da capital.
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As gerações de mães e filhos do coração que se completam e se realizam em BHPresidente da Fhemig homenageia mães com visita surpresa no João XXIIIPoeta compartilha a dor e a delícia do primeiro filhoDescoberta de uma gravidez em meio ao tratamento contra o câncer provoca sensações intensasConheça a história de mulheres que superaram o câncer para realizar o maior sonho da vida: gerar filhosNeste Dia das Mães, a sintonia fina entre as duas gerações tão distantes ganha mais sentido e se amplia para mais de 500 crianças e adolescentes da Unidade Vila Maria, onde um grupo de apoio, formado por 22 mulheres voluntárias, que são uma espécie de “mães de todo mundo”, ajuda as equipes nas tarefas do dia a dia. “Ficava sozinha em casa, triste. Tudo mudou de um ano para cá, pois, no meio da meninada, recuperei a alegria de ser mãe”, confessa Maria José.
Satisfeita da vida com os novos rumos, ela revela que, por certo tempo, chegou a ficar meio sem destino. O consolo estava no crochê; a esperança, nas mãos de Deus.
A experiência se torna igualmente produtiva e feliz para as demais integrantes do grupo de apoio que ajuda na cozinha cortando legumes para o preparo dos alimentos, socorre as adolescentes na hora de preparar um “caderno surpresa” de receitas para o domingo, ouve com atenção os anseios dos garotões e vira “mãe de segunda viagem” ou “mãe para toda obra”. “Na verdade, somos ‘mães reservas’”, brinca Maria Mônica dos Reis, de 77, também viúva, com uma filha casada e uma neta. “Conheci o projeto em 2002 e, além de recuperar o gostinho da maternidade, pude descobrir minha aptidão para a pintura. Tenho muitos quadros em casa, desenvolvi o lado artístico.” Com um sorriso aberto, Maria Mônica concorda com as amigas em todos os aspectos da vida compartilhada. “Nada de ficar em casa no sofá. Somos bem úteis como voluntárias.”.