Jornal Estado de Minas

Tributo às mães de Brumadinho

No primeiro Dia das Mães depois do desastre que matou cerca de 300 pessoas em Brumadinho, na Região Metropolitana de BH, o principal recado dos bombeiros de Minas Gerais foi para 30 delas, que ainda estão com seus filhos desaparecidos sob os rejeitos de lama da barragem da Mina Córrego do Feijão, da Vale: as buscas vão continuar firmes. Como forma de reverenciar todas as mães e dar mais um alento à tropa que participa da operação, três mulheres que perderam os filhos foram homenageadas ontem na base de operações instalada na cidade.

Antes do início dos trabalhos no 108º dia de buscas, os militares também fizeram uma homenagem para as mães de bombeiros Alcione Leal, Kátia Espechite e Lucimar Silva. Elas receberam flores dos filhos, o sargento Carlos e os soldados Rafael e Gabriel, que só souberam da presença delas na hora. De plantão, as bombeiras cabo Luciana e sargento Lívia Mara também foram destacadas.

Arlete Souza, que perdeu o filho Wagner da Silva, Maria Amélia Melo, mãe de Eliane Melo, e Ambrozina Rezende, que perdeu Juliana Rezende, receberam flores. Emocionadas, agradeceram o empenho dos bombeiros na operação resgate, considerada a maior da história do país. Por volta das 7h, depois de hasteada a Bandeira Nacional, foi formado um círculo e feita uma oração. Depois, todos tomaram um café juntos.

Para o comandante das operações, tenente-coronel Anderson Passos, a homenagem foi importante para trazer um alento às mães e também para incentivar os bombeiros. “A gente pode dar um abraço e compartilhar um pouco esse alento.

É uma busca muito difícil, nesta fase os resgates vão ficando mais escassos e a gente precisa se manter atento. A presença delas materializa o nosso objetivo”, disse.

MAIS EFETIVO Segundo o bombeiro, a corporação aumentou o efetivo de 130 para 160 militares nos fins de semana para intensificar as buscas, que agora estão se concentrando em menos regiões. “Está começando a fase de agulha no palheiro e precisamos nos empenhar para abreviar esse consolo às famílias. Não há previsão de encerramento das buscas, porque ainda há 30 desaparecidos e nosso desafio é achar todos”, afirmou. Passos pediu que as pessoas sigam confiando no trabalho de procura e garantiu que o esforço não vai diminuir.

Até ontem, mais de três meses depois do rompimento da barragem de rejeitos, 240 corpos de vítimas haviam sido identificados.
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