A greve de fome dos detentos do Presídio de Nova Lima, na Grande BH, terminou no início da tarde desta terça-feira (14). Segundo fontes do sistema prisional, a administração da unidade se comprometeu a regularizar a entrega dos itens de higiene pessoal, bem como a abrir diálogo com os presidiários para resolver os problemas do local.
De acordo com números da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), o presídio tem capacidade para 96 detentos. Contudo, a Defensoria Pública garante que uma tentativa de fuga ocorrida no ano passado fez com que a pasta fechasse uma cela, o que diminuiu a lotação máxima para 77.
Ainda assim, atualmente, de acordo com Defensoria, 176 presos ocupam a unidade. A superlotação, aliada à distribuição de remédios vencidos e ao descaso com os visitantes, forçou uma greve de fome dos detentos. O movimento começou nessa segunda (13).
A situação se complicou ainda mais na manhã desta terça, quando uma confusão forçou os agentes penitenciários a usar o spray de pimenta para conter os detentos. Eles também dispararam balas de borracha. Os presos impediam os funcionários de entrar em uma das celas da unidade.
De acordo com o defensor público, Eduardo Rodrigues, “não tem condição de um ser humano ser mantido naquele lugar”. Conforme explica, o maior problema do presídio de Nova Lima é que o local onde as celas foram adaptadas é o subsolo de uma antiga rodoviária da cidade.
“Lá dentro é praticamente uma caverna, não tem janela nenhuma. As pessoas não estão dormindo, não tem onde deitar, tem que fazer rodízio. Todos os tipos de violação estão presentes lá”, denunciou.
Em nota, a Seap confirmou que a greve de fome se encerrou por volta das 13h30. Segundo a pasta, “as reivindicações apresentadas estão em avaliação”
Com informações de Pedro Lovisi, estagiário sob supervisão da subeditora Jociane Morais