Jornal Estado de Minas

Após corte, Ibama fechará dois centros de recebimento de animais silvestres


Minas Gerais perderá dois dos três Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). A informação é da Superintendência do Ibama no estado, que creditou a suspensão dos serviços no local ao corte de 24% no orçamento anual do instituto. A contenção foi divulgada, em 26 de abril, pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (Novo).

Com o corte, que retira recursos que cobririam praticamente três meses dos gastos previstos para 2019, o Ibama terá seu orçamento reduzido de R$ 368,3 milhões, conforme constava na Lei Orçamentária (LOA), para R$ 279,4 milhões.  

A suspensão anunciada pela superintendência será nos Cetas de Juiz de Fora e Montes Claros. Os centros são os locais onde animais silvestres mantidos irregularmente por caçadores e contrabandeadores são destinados depois de serem apreendidos.

Além disso, os Centros cuidam dos animais vítimas de acidentes, resgatados pelo Corpo de bombeiros, recebe animais de entregas voluntárias e animais doentes, resgatados por órgãos parceiros e pelo próprio Ibama.

Com a medida, os cerca de cinco mil animais mantidos nos centros serão encaminhados para locais adequados ou transferidos para o Cetas de Belo Horizonte. Além disso, o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, localizado em Nova Lima também deve receber os animais.  No entanto, o número de profissionais dos centros não deve ser aumentado.

A estrutura de BH foi a única que permaneceu com as atividades, já que recebe o maior número de animais.  Ao todo, a capital recebe entre 8 e 10 mil animais por ano. Com a transferência, esse número pode chegar até a 15 mil.

Por meio de nota, o Ibama informou que optou pelo fechamento dos dois centros devido ao fato de o impacto ser menor, “apesar de imensurável para as regiões envolvidas, (o fechamento) será menor do que o do fechamento do Centro de Belo Horizonte”.

Além disso, o instituto considera que o corte gera “perdas imensuráveis”. “O Ibama reconhece o enorme impacto negativo que tal decisão gera, não só para a fauna silvestre do Estado, como para toda a biodiversidade brasileira. As perdas são imensuráveis, já que, sem local para destinação, os animais mantidos irregularmente não serão mais apreendidos pelos entes fiscalizadores, o que acaba por incentivar o crime contra a fauna a longo prazo.”

* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie

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