Minas Gerais perderá dois dos três Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). A informação é da Superintendência do Ibama no estado, que creditou a suspensão dos serviços no local ao corte de 24% no orçamento anual do instituto. A contenção foi divulgada, em 26 de abril, pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (Novo).
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MPF questiona Ibama sobre possível conversão de multa aplicada à ValeOperação apreende 396 animais extraviados ou mantidos em cativeiros ilegaisCampanha promove entrega voluntária de animais silvestres na Zona da MataVale terá que recolher animais das proximidades da mina de Barão de CocaisBombeiros capturam tamanduá em armazém de BetimFechamento de centros de triagem de animais silvestres em Minas preocupa especialistasA suspensão anunciada pela superintendência será nos Cetas de Juiz de Fora e Montes Claros. Os centros são os locais onde animais silvestres mantidos irregularmente por caçadores e contrabandeadores são destinados depois de serem apreendidos.
Além disso, os Centros cuidam dos animais vítimas de acidentes, resgatados pelo Corpo de bombeiros, recebe animais de entregas voluntárias e animais doentes, resgatados por órgãos parceiros e pelo próprio Ibama.
Com a medida, os cerca de cinco mil animais mantidos nos centros serão encaminhados para locais adequados ou transferidos para o Cetas de Belo Horizonte. Além disso, o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, localizado em Nova Lima também deve receber os animais. No entanto, o número de profissionais dos centros não deve ser aumentado.
A estrutura de BH foi a única que permaneceu com as atividades, já que recebe o maior número de animais. Ao todo, a capital recebe entre 8 e 10 mil animais por ano. Com a transferência, esse número pode chegar até a 15 mil.
Por meio de nota, o Ibama informou que optou pelo fechamento dos dois centros devido ao fato de o impacto ser menor, “apesar de imensurável para as regiões envolvidas, (o fechamento) será menor do que o do fechamento do Centro de Belo Horizonte”.
Além disso, o instituto considera que o corte gera “perdas imensuráveis”. “O Ibama reconhece o enorme impacto negativo que tal decisão gera, não só para a fauna silvestre do Estado, como para toda a biodiversidade brasileira. As perdas são imensuráveis, já que, sem local para destinação, os animais mantidos irregularmente não serão mais apreendidos pelos entes fiscalizadores, o que acaba por incentivar o crime contra a fauna a longo prazo.”
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie