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Estado de Minas

Funcionários da Vale afirmam que barragem de Brumadinho não tinha sinais de instabilidade

Depoimento foi feito em CPI da Assembleia nesta quinta-feira. Os três funcionários eram responsáveis pelo monitoramento da estrutura


postado em 16/05/2019 18:21 / atualizado em 16/05/2019 18:52

Os três funcionários foram ouvidos pelos deputados estaduais membros da CPI(foto: Luiz Santana/ALMG)
Os três funcionários foram ouvidos pelos deputados estaduais membros da CPI (foto: Luiz Santana/ALMG)
Presentes na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, os três funcionários da Gerência de Geotecnia da Vale negaram serem os responsáveis pela tragédia de Brumadinho. Os trabalhadores faziam parte do setor responsável pelo monitoramento das estruturas das minas.  

O depoimento foi feito na manhã desta quinta-feira, durante questionamentos de deputados estaduais.

De acordo com os funcionários, não foram identificados sinais claros da instabilidade da barragem nos meses anteriores. Além disso, eles afirmaram que não se sentiam inseguros trabalhando no local.

Em outro momento da comissão, os funcionários ainda argumentaram que não cabia a eles atestar a estabilidade das barragens, mas sim monitorá-las e realizar interferências recomendadas por outros setores da mineradora.

“Não cabia a mim discordar dos laudos, a gerência de gestão de riscos que acompanhava isso”, disse uma das funcionárias ouvidas, Cristina Heloísa da Silva Medeiros.

As declarações dos funcionários ouvidos foram criticadas pelos deputados presentes na comissão. Os parlamentares denunciam um “empurra-empurra” entre os setores da Vale.

Outro assunto discutido na comissão foi a anormalidade detectada em piezômetros (medidor de pressão de líquidos). No entanto, o engenheiro Artur Bastos Ribeiro afirmou que houve um erro na anotação dos dados e não necessariamente alteração das variáveis que estavam sendo medidas. 

A automatização dos medidores, que estava em fase de implantação, estaria na origem dos erros, de acordo com ele. O engenheiro explicou que as medidas que constavam na planilha não eram fisicamente possíveis e, por isso, foram considerados como equívocos na anotação dos resultados.

Emoção

Artur e Cristina trabalhavam na área administrativa da Vale que foi coberta pela lama no dia de 25 janeiro. Ao falar sobre a tragédia e os colegas mortos, eles se emocionaram. 

Cristina Medeiros estava de folga no dia do rompimento e não presenciou o rompimento da barragem B1 da Mina Córrego do Feijão. Já Artur Ribeiro estava no refeitório e conseguiu fugir ao conseguir carona em uma caminhonete que passava perto dele. 

(Com informações da ALMG)

*Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie


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