O talude da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais (Região Central), se movimenta entre seis e 10 centímetros por dia, segundo laudos técnicos da mineradora Vale. A encosta que dá sustentação ao complexo minerário vem se movimentando e, em caso de escorregamento, cairia na cava da mina, que tem cerca de 100 metros de profundidade.
O temor é que o impacto desencadeie um desastre: o rompimento da Barragem Sul Superior, em nível 3 de alerta desde 22 de março, data anterior à detecção dos problemas no talude. Esse nível significa vazamento iminente.
Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), o talude se movimentava 10 centímetros por ano desde 2012, medida aceitável para uma cava profunda. Contudo, desde o fim de abril, a velocidade do deslocamento aumentou.
Segundo laudos citados pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pela ANM, se esta aceleração continuar, o rompimento do talude vai ocorrer até sábado (25).
Para evitar maiores danos à população da Zona Secundária de Segurança (ZSS) de Barão de Cocais – cerca de 6 mil moradores dos bairros Centro, São Geraldo, São Benedito, Três Moinhos e Vila Regina –, a empresa adotou algumas medidas
Entre elas está o monitoramento por radar e por uma estação robótica do talude. O videomonitoramento é feito em tempo real pela sala de controle em Gongo Soco e no Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG).
Quatro equipamentos estão localizados na sala de controle em Gongo Soco e outros dois no CMG. Além disso, a mineradora deu início à terraplanagem para construir um muro de concreto a seis quilômetros da represa e posicionar telas metálicas e blocos de granito a jusante da barragem.