Mesmo no período em que, historicamente, os casos de dengue diminuem, a doença segue se alastrando em ritmo acelerado por Minas Gerais. O número de casos prováveis – que engloba os confirmados e suspeitos – registrados em abril e maio já é o maior da década.
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Mortes por dengue avançam 29% em Minas e chegam a 49; casos são 289 milDengue tem aumento de casos e mortes em BH e já reduz estoques da HemominasMunicípios mineiros pedem ajuda para combater a epidemia de dengueDepois da dengue, o rebote: por que a epidemia faz paciente sofrer em dobroDengue: MP cobra ações de combate ao mosquito em ViçosaMais 5 mil casos de dengue são confirmados em BH; mortes chegam a noveAcidente com ônibus deixa feridos na Avenida AmazonasOs aumentos percentuais de casos registraram 18,3% na penúltima semana e 16,9% no boletim de ontem (veja gráficos), que apontou 289.500 diagnósticos prováveis da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Outra situação que chama a atenção é o número de mortes ainda em apuração: 97.
Se confirmados, esses óbitos podem colocar o ano de 2019 na segunda colocação entre as maiores epidemias da década, superando 2010 (que terminou com 96), 2013 (107), 2014 (50), 2015 (78) e atrás de 2016 (208).
Em número de casos, os 289.500 prováveis de 2019 só perdem para 2013 (414.719) e 2016 (519.050). O avanço da doença coloca 264 municípios mineiros com incidência alta ou muito alta de dengue, com base nas semanas epidemiológicas entre 14 de abril e 11 de maio. Outras 134 cidades tem incidência média, 264 estão com incidência baixa e 191 não têm casos registrados de dengue em 2019. Betim é a cidade mineira que lidera em número de mortes. São 10 óbitos provocados por dengue no município da Grande BH, enquanto Uberlândia, no Triângulo Mineiro, tem nove, e Belo Horizonte, seis.
O número de casos registrados em abril e maio deste ano chama a atenção.
Dados divulgados pela SES mostram que, nos primeiros 20 dias deste mês, já foram registrados 37.385 diagnósticos prováveis. No período, o total fica atrás apenas de 2015, que teve 51.062 registros, e deve ultrapassar 2010, que fechou maio com 38.796. Para se ter ideia, nas duas últimas epidemias, de 2016 e 2013, foram feitas 36.046 e 31.307 notificações no quinto mês do ano. Se somados os registros dos últimos dois meses, a situação é ainda mais crítica. Em 2019, foram 159.449 casos prováveis, o maior número da década.
A SES ressaltou que a dengue é uma doença sazonal, que concentra a maior parte dos casos entre janeiro e abril.
COMBATE De acordo com a SES/MG, a pasta tem atuado em diversas frentes para frear o avanço da doença no estado. Desde o fim de abril o governo decretou situação de emergência nas cidades que estão nas chamadas macrorregiões Centro, Noroeste, Norte, Oeste, Triângulo do Norte e Triângulo do Sul. Essa medida permitiu a mobilização mais rápida de recursos para os municípios. Resolução também liberou R$ 4,1 milhões para 93 cidades que no início da abril apresentavam incidência alta ou muito alta da dengue.
Nova resolução, já no fim de abril, contemplou mais 107 municípios nas mesmas condições com R$ 4,2 milhões. “Entre as atividades que poderão ser realizadas está a contratação de agentes de controle de endemias, capacitações para profissionais na assistência hospitalar, confecção e reprodução de material gráfico informativo, aquisição de material de apoio para ações de mobilização, além de mutirões de limpeza de áreas prioritárias”, segundo a SES/MG.
A liberação de recursos complementares para municípios com incidência alta ou muito alta será feita até 30 de junho, sempre de 15 em 15 dias, conforme resolução específica. O governo, por meio da SES também criou força-tarefa para atuar junto a 10 cidades que tem incidência alta da doença e também grande infestação do mosquito transmissor.
Porém, prefeitos mineiros cobram do estado R$ 4,8 bilhões em recursos atrasados para a área de saúde dos municípios desde dezembro..