Efetivo dos Bombeiros e da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) estão de prontidão em Barão de Cocais, na Região Central de Minas, para acompanhar os efeitos de uma possível queda do talude Norte da Mina de Gongo Soco. A maior preocupação é o atendimento à comunidade em caso de rompimento da Barragem Sul Superior, localizada a 1,5 quilômetro da cava da mina. Se o pior cenário se concretizar, Barão será a primeira cidade inundada pela lama de rejeitos. Nos outros casos, foram atingidos distritos. Autoridades públicas vão analisar se o plano emergencial apresentado pela Vale ontem à Justiça contém as informações necessárias.
A Vale entregou à Justiça estudo em que aponta o dam-break, ou seja, o impacto real, em caso de vazamento de 100% dos rejeitos da barragem Sul Superior. A mineradora tinha até o fim da manhã de ontem para entregar o relatório, sob pena de multa de R$ 300 milhões.
Estudos da Vale, responsável pela mina, mostram movimentações que variam de 6 centímetros a 10 centímetros diariamente na encosta. Pelas projeções da mineradora, a estrutura pode desabar até domingo. Além da vibração na barragem, que armazena 6 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro, conforme o Cadastro Nacional de Barragens da Agência Nacional de Mineração (ANM), a queda do talude pode gerar outro impacto: o início de um processo de liquefação da estrutura a partir das vibrações, o que poderia levar ao colapso da estrutura do reservatório.
MEDIDAS No início de fevereiro, 458 moradores da zona de autossalvamento (ZAS) foram retirados de suas casas. No sábado, cerca de 1,6 mil moradores da chamada zona de segurança secundária da cidade participaram de novo simulado de emergência.