Imagens gravadas por uma câmera de segurança de uma casa residencial vizinha à Igreja Batista Shalom, onde ocorreu o massacre em Paracatu, no Noroeste do estado, na noite de ontem, mostram Rudson Aragão Guimarães, de 39 anos, entrando no templo onde matou três pessoas. Antes disso, ele já tinha assassinado com facadas a ex-namorada dele, Heloísa Vieira Andrade, de 59 anos.
Logo depois que matou a ex, Rudson se encaminhou ao templo, e foi flagrado por uma câmera na entrada no local. As imagens mostram o assassino danificando uma grade na entrada para ter acesso à área interna da igreja. Ele puxa com tanta força que quase cai para trás quando consegue arrebentar o obstáculo. Depois, ele abre uma porta de correr e tem acesso ao local onde ocorria uma oração com cerca de 20 pessoas.
Em seguida, uma mulher vem para fora, mas ela volta para o salão quando um ônibus passa na rua e tampa a entrada da igreja. Quando o veículo sai da frente, ela já está dentro de novo. Logo depois, um homem, que parece ser Rudson, tenta fechar a porta de correr. As imagens aparecem com a data de 20 de abril, enquanto o fato ocorreu em 21 de maio. Mas, segundo o tenente-coronel Luiz Magalhães, comandante do 45º Batalhão, elas indicam o momento exato do fato e por isso já foram encaminhadas para a investigação da Polícia Civil.
Segundo o militar, a corporação teve notícias de que Rudson enfrentava problemas psiquiátricos e também havia demonstrado insatisfação recente com o fato de ter sido afastado de alguns trabalhos na igreja. Ele tem uma passagem criminal de 10 anos atrás por tráfico de drogas e, entre os vínculos trabalhistas, Rudson tem um registro de entrada na Força Aérea Brasileira, em 1999, sem registro de saída. A PM desconfia que esse registro possa estar ligado ao alistamento obrigatório às Forças Armadas.
A informação foi confirmada pela FAB. Segundo a instituição, Rudson prestou serviços durante quatro anos entre 1999 e 2003 dentro do alistamento obrigatório e serviu nesse período como soldado.
As três vítimas baleadas e mortas dentro da igreja estão sendo veladas na manhã desta quarta-feira nos salõs de velório das funerárias São João e São Pedro, em Paracatu. Já o corpo da ex-namorada de Rudson foi levado para sepultamento em Uberlândia.
Entenda o caso
Segundo a Polícia Militar, Rudson foi até a casa da mãe dele, onde também estavam a irmã e a ex-namorada, Heloísa Vieira Andrade, de 59 anos. Lá, Rudson desferiu uma facada contra o pescoço da ex-companheira. O Corpo de Bombeiros tentou socorrê-la, mas a mulher morreu a caminho do hospital com uma parada cardiorrespiratória. Depois de fazer a primeira vítima, o atirador correu para o templo religioso. Lá, inicialmente, atirou contra dois idosos: uma mulher e um homem. Eles sofreram ferimentos no crânio e morreram também por parada cardiorrespiratória.
Instantes depois, Rudson rendeu outra fiel e a manteve sob ameaça. A Polícia Militar chegou ao local da ocorrência e tentou negociar com o atirador, mas segundo o registro da ocorrência, o homem não deu ouvidos aos PMs e atirou na refém, elevando o número de mortos da tragédia para quatro.
De imediato, com objetivo de deter o autor, militares atiraram no homem. Ele foi socorrido para o hospital da cidade, onde deu entrada em estado grave. Morreram na igreja Rosângela Albernaz, de 50; Marilene Martins de Melo Neves, 52; e Antônio Rama, 67, pai do pastor Evandro Rama, que celebrava o culto no momento da ocorrência e sofreu uma lesão no pé ao tentar escapar do local.