A Polícia Civil prendeu cinco suspeitos de tráfico de drogas no Campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na Pampulha na quarta-feira (22). Foram apreendidas 144 buchas de maconha e 1 quilo de haxixe, além de R$ 103 em dinheiro, a maior parte em notas de R$ 2. "A UFMG se tornou espaço de traficantes e bandidos para vender drogas, transformando-se efetivamente em uma boca de fumo", afirmou o chefe do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Demarc), Júlio Wilke, em entrevista coletiva nesta quinta (23).
O delegado informou que está sendo investigada a participação de estudantes no tráfico. Outra linha de apuração averígua se insumos de laboratórios da universidade podem estar sendo usados para a produção de droga sintética.
O delegado Júlio Wilke afirmou que os suspeitos agiam livremente por acreditar que a polícia não poderia atuar dentro do campus. "Havia a falsa sensação de que a polícia não poderia entar na área e comércio era feito dia e noite, fomentado pelos próprios alunos", afirmou.
Foram realizadas duas operações paralelas. A conduzida pelo delegado Rodolpho Tadeu Machado, que cumpriu mandados de busca e apreensão e teve autorização judiciária, vasculhou os diretórios acadêmicos dos cursos de psicologia, filosofia e história da Faculdade de Filosofia e Ciência Humana (Fafich). A droga foi encontrada dentro de uma bolsa, escondida em uma mala em canto escuro do diretório.
Foram presos Felipe Augusto da Silva, de 27 anos, Vinícius Figueira, de 31, e Victor Júnior Ventura Neves dos Santos, de 21. Nenhum é aluno da universidade. Felipe já havia sido autuado em maio por tráfico. Vinícius tem passagens na polícia por crime de assalto a mão armada em 2011 e 2012.
Sem ter a posse de mandados, a operação conduzida pelo delegado Windsor de Mattos Pereira fez a prisão em flagrante de Alvacy Pereira Silva, de 25 anos, e Thiago Tadu Santos Oliveira, de 25. Segundo o delegado, os dois foram presos quando repassavam haxixe, que estava dentro de uma mochila. Os dois também não são estudantes.
Em nota, a UFMG informou que "a direção da Universidade vem cooperando com as autoridades competentes com relação a um problema que atinge toda a sociedade". Ainda reitera que "não compactua com práticas ilegais e que ferem a dignidade humana e reafirma a permanente disposição em cooperar com as autoridades."