A Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil (Supdec) vai realizar um simulado de emergência em Belo Horizonte neste sábado (25). A atividade será a partir das 16h e vai passar pelos bairros Beija Flor (Região Nordeste) e Maria Tereza (Região Norte).
Segundo a Defesa Civil, a programação tem o objetivo de levar orientação para a população dessas comunidades, em razão do risco de colapso da Barragem Forquilha 1, da Mina de Fábrica, em Ouro Preto (Região Central do estado). O barramento está no nível 3 da escala de risco, que significa rompimento iminente, desde 27 de março. A estrutura é gerida pela Vale.
A previsão da Supdec é que o simulado dure 40 minutos. Serão dois pontos de encontro: a Igreja Pentecostal Kairós (Avenida A, 70 – Bairro Santa Teresa) e a Igreja Pentecostal Deus é Nosso Refúgio (Rua Padre Argemiro Moreira, 6 – Bairro Beija Flor).
A Defesa Civil esteve nas duas localidades nesta quinta-feira (23) para repassar informações aos moradores. Um material informativo foi distribuído, contendo orientações para quem vive ali em caso de desastre.
No total, o treinamento abrange 800 moradores, apenas aqueles que estão na mancha de inundação. São 123 imóveis no Maria Tereza e 125 no Beija Flor.
De acordo com a Vale, Forquilha 1 está a 120 quilômetros de Belo Horizonte. O rejeito levaria 11h24 para atingir a comunidade Beija Flor. No caso da comunidade Maria Tereza, o tempo estimado é de 13h17.
Segundo a empreendedora, a ação tem “caráter preventivo” e busca orientar a população. De acordo com a Vale, os dois bairros da capital mineira estão na Zona Secundária de Segurança (ZSS) do Plano de Ação de Emergência de Barragem de Mineração (PAEBM) da Barragem Forquilha I.
Conforme o Cadastro Nacional de Barragens de Mineração, Forquilha I tem alteamento a montante. Trata-se da mesma tecnologia usada nas represas que colapsaram em Brumadinho, em janeiro deste ano, e Mariana, em 2015.
A barragem tem 98,2 metros de altura e 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro – quantidade semelhante à de Brumadinho. O documento produzido pela Agência Nacional de Mineração (ANM) considera a represa como de baixo risco, mas de alto dano potencial.
O complexo de Fábrica, em Ouro Preto, tem outra barragem em nível 3: a Forquilha 3, também elevada para este padrão pela Vale em 27 de março. Em abril, auditores-fiscais do Trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia interditaram todas as três represas situadas na mina.