O Hospital Municipal de Paracatu pediu ontem a transferência do atirador Rudson Aragão Guimarães, de 39 anos, para outra unidade de saúde. O requerimento foi feito à Polícia Civil e à direção do presídio do município da Região Noroeste de Minas. Se aceito, é provável que o acusado do massacre que vitimou quatro pessoas, sendo três delas dentro da Igreja Batista Shalom, vá para outra cidade. A solicitação foi reforçada depois da tentativa de suicídio do paciente, internado há três dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A Polícia Civil apura como uma lâmina de bisturi chegou às mãos do atirador. Mesmo algemado e preso a uma maca, ele desferiu três golpes em seu pescoço. A unidade hospitalar também abriu procedimento interno para saber as circunstâncias do ocorrido.
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Assassino de Paracatu tenta se matar no hospital, diz Polícia CivilMotivação para morte de ex-namorada é principal mistério em massacre de Paracatu'Ele está muito abalado', diz irmão de pastor que era alvo de atirador em ParacatuEm depressão, atirador de Paracatu chegou a se despedir de sobrinhoA primeira hipótese das investigações é de que Rudson se enfureceu por ter sido destituído da liderança da igreja. Ele teria tido um atrito com o pastor há dois meses, que resultou no seu afastamento da liderança do espaço religioso. Rudson ocupava o cargo de intercessor na igreja. Ele auxiliava Evandro Rama a conduzir orações para os fiéis. Mas depois de ser alertado sobre problemas pessoais do assassino, o pastor o retirou da função. Ainda tentou auxiliá-lo, mas Rudson não se mostrou interessado nos conselhos do líder religioso. Sendo assim, Evandro o expulsou da igreja.
Segundo fiéis, a partir desse episódio, o suspeito começou a proferir ofensas a Evandro nas redes sociais, o que deixou o pastor muito assustado.
Rudson foi autuado em flagrante pelo crime de homicídio qualificado pelas quatro mortes, com incidência de duas qualificadoras: motivo fútil e impossibilidade de resistência das vítimas. Já a tentativa de homicídio teve as mesmas qualificadoras com relação ao pastor. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Thays Regina Silva, não foram constatadas provas materiais indicando um homicídio em virtude da condição de gênero da ex-companheira, o que caracterizaria um possível feminicídio..