A movimentação do talude da mina Gongo Socco, da Vale, em Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, aumenta a cada dia. De acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM), em alguns pontos da estrutura, já atinge 16 centímetros por dia. A queda da estrutura pode provocar o rompimento da barragem Sul Superior. A Defesa Civil Estadual está com todo o efetivo na cidade para auxiliar a população. A mineradora afirma que segue o monitoramento das estruturas.
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Lama de barragem em Barão de Cocais pode atingir 10 mil pessoas em três cidadesRisco de rompimento: MP quer que Vale proteja patrimônio cultural de Barão de CocaisBarão de Cocais em alerta totalGovernador Valadares pede que Vale garanta abastecimento em caso de desastre em Barão de CocaisBarão de Cocais: talude se movimenta até 10 centímetros por diaDefesa Civil critica 'potencialização do medo' em Barão de CocaisA Defesa Civil Estadual está na cidade para auxiliar em caso de rompimento da barragem Sul Superior.
Em entrevista, Godinho afirmou que, mesmo sem ter estudos técnicos que comprovem o rompimento da barragem, o órgão trabalha com o pior cenário. “A Defesa Civil desde o primeiro momento que aportamos em Barão de Cocais, trabalhamos com o pior cenário.
“Para você de Barão de Cocais, a gente sabe que o momento é ruim, momento de angústia e de tristeza. Mas, estamos aqui com todo efetivo, todas as ações para dar segurança a você”, alertou.
Novo estudo
Um novo estudo de impacto do rompimento da barragem Sul Superior, da mineradora Vale, em Barão de Cocais, divulgado nessa quinta-feira, aponta para "inundação generalizada de áreas rurais e urbanas" em três municípios, além de possíveis interrupções de estradas e problemas com abastecimento de água e de luz.
O estudo, que no meio técnico do setor é conhecido como "dam break", relata ainda possibilidade de "danos estruturais em pontes e travessias importantes nos municípios atingidos". Além de Barão de Cocais, os municípios a serem afetados pela lama são Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo. Nas três cidades, a população que precisará ser retirada de casa para não ser levada pela lama ultrapassa 10 mil pessoas, sendo 6.052 em Barão de Cocais, 2.444 em São Gonçalo do Rio Abaixo e 1.700 em Santa Bárbara.
“Este novo estudo de dam break trás uma projeção de lama ao final de aproximadamente 40 quilômetros. Este novo estudo foi feito com o total de 100% do rejeito carreando para área de inundação. Nós temos na literatura que aproximadamente o rejeito percorre em torno de 70%. Então essa é uma situação nova, mas que todo o trabalho já feito pela Defesa Civil ele engloba inclusive essa nova mancha que foi apresentada”, explicou Godinho.
Posicionamento da Vale
Por meio de nota, a Vale informou que adotou todas as medidas preventivas em Barão de Cocais, desde o dia 08 de fevereiro, com o objetivo de assegurar a segurança dos moradores da região. “
Além da retirada preventiva dos moradores da Zona de Autossalvamento, a Vale apoiou as autoridades na realização de simulados e na preparação das comunidades para todos os possíveis cenários, com equipes de prontidão permanentemente”, disse.
A mineradora informou, ainda, que o talude da mina de Gongo Soco e a Barragem Sul Superior estão sendo monitorados 24 horas por dia e as previsões sobre deslocamento de parte do talude, revistas diariamente.” A Vale reforça que não há elementos técnicos que possam afirmar que o eventual deslizamento de parte do talude poderia desencadear a ruptura da barragem. Mesmo assim, reitera que todas as medidas preventivas foram tomadas e segue à disposição das autoridades para prestar todo apoio possível”, finalizou. .