A novidade que se multiplicou pelas ruas, calçadas, praças e outros espaços públicos de Belo Horizonte virou febre e gerou uma convocação que começou como brincadeira, se alastrou por grupos de WhatsApp e acabou saindo do controle dos idealizadores.
Leia Mais
Vale-tudo de patinete: evento sai do controle e preocupa autoridades em BH'1° GP de Patinetes em BH': entenda como a brincadeira viralizou e mobiliza autoridadesPor que patinetes elétricas se tornaram problema de saúde pública em BHAmpliação da oferta enche ruas de Belo Horizonte de patinetes elétricasUsuários defendem conscientização para coibir vandalismo contra bikes e patinetesCâmara de BH aprova em 2º turno projeto de lei para uso de patinetes compartilhadosHomem morre em acidente com patinete elétrico em ParisBHTrans vai enquadrar patinetes em BH: saiba o que pode mudarNa tarde desta sexta-feira, a Polícia Militar (PM) informou ao em.com.br que, por intermédio do 1º Batalhão, estaria ciente do evento e que as providências policiais pertinentes estavam sendo adotadas.
O anúncio foi divulgado pelos organizadores. “Muita repercussão do evento trouxe à tona comentários e pensamentos que os participantes eram apenas baderneiros e vândalos, que tinham como principal objetivo causar desordem pública e confusão. Fica aqui nosso esclarecimento de que nunca tivemos o intuito de prejudicar ninguém, e que o víamos apenas como uma brincadeira, que tomou proporções surpreendentes. Deixamos claro que somos totalmente contra qualquer tipo de atitude que seja contra as leis, bem como qualquer ação que possa prejudicar terceiros”, afirmam. No fim do texto, os idealizadores ainda pediram desculpas à Grow “pelo transtorno causado, bem como pelo uso indevido da imagem do produto”.
Entenda
A “corrida maluca” que foi inicialmente definida como uma espécie de vale-tudo com os veículos elétricos de duas rodinhas: “Vale tudo! Chutar, furar sinal, pegar rabeta do busão, spray de pimenta, rota própria, dirigir embriagado, uso de entorpecentes, etc.”, diz o anúncio divulgado inicialmente via redes sociais, que chegava a proibir o uso de capacetes, joelheiras e cotoveleiras.
A divulgação do evento, marcado para a Savassi, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, viralizou entre smartphones mais rapidamente do que os veículos elétricos. Chamavam a atenção – além do inusitado do evento, que já tem disponibilização de ingressos por site especializado – a premiação não menos curiosa: litros de cerveja e porção de torresmo.
Logo depois de tamanha repercussão, o prêmio passou a valer um pouco menos: algumas horas depois de o evento invadir celulares cidade afora, os idealizadores informaram as novas normas, menos divertidas, porém mais responsáveis – “Respeitar as leis existentes e ser feliz na corrida”.
Mas nem a BHTrans, empresa que administra a mobilidade na capital, nem a Grow, holding responsável pelos patinetes que cruzam ruas da cidade – às vezes como se já estivessem no grande prêmio – acharam graça.
Segundo a BHTrans, não houve solicitação de fechamento das vias para o evento. A Guarda Municipal informou que tampouco foi notificada sobre o “GP”. Segundo a Prefeitura de BH, a “corrida maluca” não foi licenciada e o responsável pode ser multado por não obter autorização, que deve ser solicitada no BH Resolve.
Procurada, a Grow – holding responsável pelas empresas Grin e Yellow, que administra os patinetes elétricos – disse que é “veementemente contra essas práticas e repudia o uso de sua imagem e dos seus produtos nesse tipo de evento”. A empresa afirmou que vai tomar providências em relação ao GP e acrescentou já ter comunicado o site de repasse de ingresso sobre o que considera irregularidades.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.