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Casos de dengue em abril e maio de 2019 superam outros anos epidêmicosDengue: MP cobra ações de combate ao mosquito em ViçosaBelo Horizonte registra terceira morte por H1N1Dengue avança em BH: mortes sobem para 11 e casos vão a 26,1 milDengue avança em Minas e maio tem recorde de casos em 10 anosChega a 65 o número de mortos por dengue em Minas GeraisCom total de casos prováveis (soma de confirmados e suspeitos) atingindo 67.463 na cidade, os relatos de quem passou pela dengue e logo depois encarou um “efeito rebote”, sofrendo com outras doenças, não esquece. Que o diga a bancária Izabella Duarte Campos. “Logo que me curei da dengue, umas duas semanas depois, peguei uma gripe muito forte. Fiquei indisposta, com uma tosse muito forte.
No caso do cirurgião dentista André de Araújo, de 28, os problemas de saúde aconteceram sucessivamente durante três semanas, entre abril e maio deste ano. Primeiro veio a dengue. Foram seis dias com febre alta, dores no corpo, náuseas, fortes dores de cabeça e nos olhos. Ele conseguiu manter a rotina de trabalho, exceto em um dia em que a fraqueza aumentou. “Até tentei trabalhar, mas sem sucesso.
Quando os sintomas da dengue acabaram, André foi surpreendido por uma forte dor de garganta. Uma semana depois veio a gripe, com mal-estar, coriza e muito cansaço. “Acho que tive queda de imunidade devido ao acúmulo de situações: dengue, o meu trabalho, que não interrompi, e os cuidados com minha filha, de 1 ano e 4 meses, que também teve gripe” disse o dentista.
Os riscos de uma nova infecção são provocados por diferentes motivos. Entre eles, a sobrecarga no sistema imunológico do paciente que contraiu a dengue. “Há risco de contrair outras doenças, sim. A dengue é uma infecção viral e, como todas as outras, o indivíduo se expões a infecções bacterianas subsequentes. A sobrecarga do sistema imunológico para combater o vírus da dengue acaba gerando uma janela para doenças oportunistas”, explica o infectologista Carlos Starling, diretor da Sociedade Mineira de Infectologia.
Uma das formas de evitar as infecções é por meio da vacinação, em casos como o da gripe.
Com 289.500 casos prováveis de dengue e 52 mortes no estado, nesse último caso somando-se as três últimas de BH, a Secretaria de Estado de Saúde destacou, por meio de nota, a sazonalidade das doenças respiratórias, que teve início com a chegada do outono e se sobrepôs à epidemia da doença transmitida pelo Aedes aegypti. “O pico de incidência das doenças respiratórias vai até o fim do inverno, período em que aumenta a circulação de vírus respiratórios, resultando em maior número de casos de gripe, resfriado comum, bronquiolite, rinite e outros quadros”, informou a pasta. “A principal forma de prevenção é evitar o contato com doentes, já que os vírus são disseminados pelas secreções expelidas no espirro, tosse e no contato direto com secreções ou objetos contaminados. Além disso, é importante higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool em gel. Pessoas que compõem grupos elegíveis devem procurar o posto de saúde mais próximo e se imunizar contra a gripe”, completou.
CAPITAL DOENTE Um alerta importante, especialmente considerando a combinação das duas ameaças. Na capital, além das 20.562 pessoas infectadas após serem picadas pelo mosquito, há 46.901 mil registros ainda sendo investigados. Dados da Secretaria Municipal de Saúde divulgados ontem mostram que o aumento em relação ao último balanço, de 17 de maio, foi de 32,7%.
A Região do Barreiro continua sendo a líder em casos confirmados: foram 7.281 registros e outros 1.545 ainda em investigação. Em seguida vem a Região Oeste, com 2.363 confirmações e 3.987 suspeitas. A Nordeste tem 2.332 confirmações e 8.071 diagnósticos em investigação. Na Noroeste são 2.136 pacientes comprovadamente contaminados e 4.691 com quadro investigado. Entre os nove mortos em BH, seis tinham outras doenças que contribuíram para complicações, segundo a Saúde municipal.
Para o infectologista Carlos Starling, mesmo com o tempo frio, que diminui a proliferação dos mosquitos, os casos de dengue podem continuar crescendo, devido à circulação do vírus Denv 2. “A circulação do mosquito tende a diminuir no inverno, o que pode fazer o número de casos cair. Porém, como está circulando um vírus diferente, o tipo 2, não podemos afirmar que vai acontecer um declínio da mesma forma que ocorreu em anos anteriores. Temos muitas pessoas suscetíveis ao micro-organismo, que não circulava havia anos”, disse o médico.
* Estagiária sob supervisão do editor Roney Garcia
E o pior ainda estava por vir
“Passei um fim de semana de abril com muito frio e dor de cabeça, deitada, embaixo das cobertas. No domingo à noite, reparei manchas nas pernas.