O deslocamento do talude Norte da mina de Gongo Soco, da Vale, em Barão de Cocais, na Região Central de Minas, aumentou ainda mais neste sábado. Em alguns pontos, passou para 19 centímetros/dia, de acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM). Às 17h, o deslocamento na base havia subido de 14,2 para 14,4 cm/dia.
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Caindo dentro da cava, o material do talude vai se incorporar ao meio ambiente e nenhuma consequência será sentida. O problema é que, dependendo da força e da velocidade com que isso ocorrer, pode haver vibração e causar espécie de abalo sísmico na Barragem Sul Superior, localizada a 1,5 quilômetro do talude, com possibilidade de liquefação da estrutura, cuja consequência é a ruptura da barragem.
A Sul Superior está em condição sensível desde março, quando o risco de Gongo Soco foi elevado para o nível 3 – o último previsto pela mineração antes de vazamento e que se caracteriza por uma situação de ruptura iminente ou que está ocorrendo.
Tensão entre moradores
Com esse vaivém de informações, é cada vez maior a tensão dos moradores na cidade, que a qualquer momento podem ter que deixar suas casas. Quem vive na zona de autossalvamento (ZAS), localizada a uma distância de 10 quilômetros imediatamente depois da barragem, foram retirados dos imóveis em 8 de fevereiro.
Ocorrendo o rompimento, a previsão é de que o rejeito chegue até a primeira casa num prazo de 1 hora e 12 minutos. Na cidade vizinha de Santa Bárbara, o tempo é de 3 horas e em São Gonçalo do Rio Abaixo, de 8 horas.
O que diz a Vale
Por meio de nota, a Vale disse que adotou todas as medidas preventivas em Barão de Cocais, desde o dia 8 de fevereiro, com o objetivo de assegurar a segurança dos moradores da região. “Além da retirada preventiva dos moradores da Zona de Autossalvamento, a Vale apoiou as autoridades na realização de simulados e na preparação das comunidades para todos os possíveis cenários, com equipes de prontidão permanentemente”, afirmou no texto.
A mineradora acrescentou que tanto o talude da mina de Gongo Soco como a Barragem Sul Superior estão sendo acompanhados 24 horas por dia e as previsões sobre deslocamento de parte do talude, revistas diariamente. “A Vale reforça que não há elementos técnicos que possam afirmar que o eventual deslizamento de parte do talude poderia desencadear a ruptura da barragem. Mesmo assim, reitera que todas as medidas preventivas foram tomadas e segue à disposição das autoridades para prestar todo apoio possível.”
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