Jornal Estado de Minas

Marinha e Iepha vistoriam nesta terça o vapor Benjamin Guimarães, parado há 5 anos



O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), a Marinha do Brasil e uma empresa farão, amanhã, vistoria conjunta no vapor Benjamin Guimarães, no Rio São Francisco em Pirapora, no Norte de Minas. A inspeção consiste em mais uma ação na luta dos moradores pela recuperação da embarcação centenária, uma das últimas movidas a lenha no mundo e que há quase cinco anos está parada, sem condições de navegar.





Construído em 1913 e tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual, o Benjamin Guimarães fazia passeios pelo Rio São Francisco e parou de rodar em 29 de agosto de 2014, quando a Capitania Fluvial do São Francisco em Pirapora constatou “deficiências no chapeamento com diversos rasgos e furos no casco” da embarcação, “comprometendo a segurança da navegação e a vida humana”. Desde então, diante das perdas causadas ao turismo regional, a comunidade de Pirapora iniciou uma mobilização a favor da reforma do vapor, orçada em R$ 3 milhões.


Por meio de nota, o Iepha-MG informou que desde 2017 “vem empreendendo esforços” para viabilizar a reforma do Benjamin Guimarães, com a contratação do projeto de restauração. “Como se trata de tema específico de engenharia naval, foi solicitado o apoio da Marinha do Brasil para revisão desse projeto e de sua planilha, que subsidiarão a licitação da obra”, informa o instituto.


A vistoria técnica é um desdobramento de audiência pública, promovida pela Assembleia Legislativa em de abril de 2018 com o objetivo de discutir a situação do vapor. O produtor cultural Aníbal Henrique Macedo, ex-vice-presidente do Conselho Estadual de Cultura, autor da solicitação à Assembleia, ressalta que a expectativa agora é que seja aprovado pelo Iepha-MG o projeto. “Precisamos do envolvimento de toda a sociedade de Pirapora”, afirma.





 

PERDAS NO TURISMO


A interrupção dos passeios a abordo do vapor Benjamin Guimarães pelas águas do Rio São Francisco provocou prejuízos no turismo de Pirapora. As perdas, segundo o presidente da Associação Nosso Turismo (Antur), Marcelo Ribeiro Felisberto, se devem à redução do número de pessoas que visitavam o município para fazer passeios na embarcação, cerca de 200 nos fins de semana. “A cidade aguarda ansiosamente pela recuperação do vapor, que tem uma grande importância não somente para o turismo, mas também para a cultura e para a história”, avalia Felisberto, dono de um hotel no município.

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