A Agência Nacional de Mineração (ANM) registrou mais um aumento no ritmo do movimento do talude da cava da Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais. Ainda na manhã desta segunda-feira,
o órgão já tinha detectado um aumento.
Agora, o deslocamento em alguns pontos isolados já chega a 21,5 cm /dia, 0,5 cm a mais do que o registrado anteriormente. Já a deformação na porção inferior do talude norte, que nesta manhã era de 17,8 centímetros , chegou a 18 centímetros. De acordo com a ANM, desde 2012, o padrão detectado para esse tipo de movimentação é de 10 centímetros por ano.
A previsão dos especialistas da ANM e da própria Vale, mineradora responsável da barragem, era de que o talude desmoronaria entre 19 e 25 de maio. Com o fim do prazo, a cidade passa por apreensão, já que a estrutura pode cair a qualquer momento.
A maior preocupação é com as consequências de um inevitável desmoronamento do talude. De acordo com a Defesa Civil de Minas Gerais, há uma possibilidade da queda da estrutura gerar uma vibração que acarretaria o rompimento da barragem Sul Superior.
Nesta segunda-feira, 22 militares do Corpo de Bombeiros estão trabalhando em Barão de Cocais com oito viaturas. Entre as atividades realizadas por eles estão a orientação nas escolas sobre o que fazer em caso de rompimento na mina e acompanhamento das obras de contingenciamento ao longo do curso dos rejeitos para reduzir o impacto sobre a cidade.
No fim de semana, operários chegavam ao município para atuar na construção de uma defesa a seis quilômetros do barramento, que muitos chamam de “muro”
, mas que se trata de uma barragem, uma vez que será usado para reter os rejeitos, impedindo que sigam pela calha do Rio São João até Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo.A estrutura que a Vale prepara para bloquear o avanço da lama está em construção desde o dia 18, a 6 quilômetros da barragem Sul Superior. A área onde será erguida, no vale do Rio São João, já foi aberta pelas máquinas e o canteiro de obras está pronto. Caminhões, tratores e escavadeiras também aguardam para ser utilizadas na construção dessa estrutura de concreto que pode salvar as três cidades abaixo.
(Com informações de Cristiane Silva e Mateus Parreiras)
*Estagiário sob supervisão da editora Liliane Corrêa