O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) converteu para preventiva a prisão de Rudson Aragão Guimarães, de 39 anos, o homem que matou quatro pessoas, na última terça-feira (21), em Paracatu, na Região Noroeste do estado.
Rudson está preso desde o último sábado (25). Antes, ele estava detido temporariamente, ou seja, só poderia ficar detido por até cinco dias. Agora, o principal suspeito do crime poderá permanecer encarcerado enquanto o processo corre no Poder Judiciário.
Também morreram Rosângela Albernaz, de 50; Marilene Martins de Melo Neves, 52; e Antônio Rama, 67, pai do pastor Evandro Rama, que celebrava o culto no momento da ocorrência.
Para o magistrado, a materialidade da infração penal ficou configurada pelo auto de prisão em flagrante delito e há indícios suficientes de autoria.
De acordo com o juiz, pesaram para a decisão a necessidade da instrução criminal, pois a resposta do acusado aos agentes policiais, a análise dos seus antecedentes e a execução dos crimes indicam que ele poderia voltar a cometer crimes.
Inclusive porque o principal alvo de Rudson, de acordo com investigações da Polícia Civil, era o pastor Evandro Rama. Uma eventual liberdade do suspeito colocaria Rama em risco.
A repercussão do delito, que gerou comoção nacional, e sua natureza gravíssima, que impõe o acautelamento do meio social., também motivaram o decreto do juiz.
Segundo o magistrado, os quatro homicídios justificam a decretação da prisão cautelar, “exigindo uma resposta enérgica por parte do Poder Judiciário”.
No dia do fato, Rudson foi ferido com um tiro na clavícula. Ele ficou até o último sábado internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Lá, tentou cometer suicídio essa semana, mesmo algemado e preso a uma maca. A vigilância teve de ser redobrada.
Inquérito
A primeira hipótese das investigações é de que Rudson se enfureceu por ter sido destituído da liderança da igreja. Ele teria tido um atrito com o pastor Evandro Rama há dois meses, que resultou no seu afastamento da liderança do espaço religioso. O suspeito ocupava o cargo de intercessor na igreja.
Ele auxiliava Rama a conduzir orações para os fiéis. Mas, há dois meses, depois de ser alertado de problemas pessoais do assassino, o pastor o retirou da função.
O líder religioso ainda tentou auxiliá-lo, mas Rudson não se mostrou interessado nos conselhos do pastor. Sendo assim, Evandro o expulsou da igreja.
Segundo fiéis, a partir desse episódio, o suspeito passou a proferir ofensas ao pastor nas redes sociais, o que deixou o pastor muito assustado.
Com informações do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e de Junia Oliveira