Em poucas horas, a velocidade de deformação do talude da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, Região Central de Minas, aumentou quase um centímetro. Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), às 8h, a velocidade em alguns pontos isolados era de 23,9 centímetros/dia. Ao meio-dia, já era de 24,5 cm/dia.
Também houve aumento da movimentação na porção inferior do talude norte, que foi de 19,5 cm/dia para 20,1 cm/dia.
Nesta terça, a mineradora Vale, responsável pela mina, disse que as últimas análises do talude norte apontam que, em caso de ruptura, há "grande possibilidade" de o material deslizar para dentro da cava, diminuindo a hipótese de impacto na Barragem Sul Superior.
Em um vídeo divulgado hoje, o diretor de Operações da Vale, Marcelo Barros, dá um panorama das medidas preventivas realizadas na cidade em caso de rompimento da barragem e fala sobre o paredão, que nesta manhã apresentava deslocamento de 23,9 centímetros/dia. “Tanto o talude quanto a barragem são monitorados 24 horas por dia e toda a previsão é revisada diariamente. Há uma grande possibilidade de o talude, uma vez deslizando, se acomode dentro da cava, sem maiores consequências”, afirma Barros no vídeo.
A mineradora afirma que mesmo que a barragem não se rompa com a queda do talude, ela continua no nível 3, que indica risco iminente. Assim, foram realizados simulados e preparação das comunidades e que, junto às autoridades, foram tomadas todas as decisões preventivas "para qualquer cenário". O diretor afirma que todas as pessoas que moram nas Zonas de Autossalvamento (ZAZ) foram realocadas. Além disso, 3 mil animais foram retirados da área e peças de arte sacra foram transferidas.