Jornal Estado de Minas

Curto-circuito causou pouso forçado de boeing em Confins no ano passado

 

O pouso de emergência ocorrido no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH, em dezembro do ano passado, aconteceu por causa de um curto-circuito. É o que garante um relatório expedido pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) na última sexta-feira (24).


A falha aconteceu em um dos conectores da aeronave, segundo o Cenipa. O equipamento transportava energia elétrica entre dois geradores do avião. O órgão de investigação classificou a ocorrência como grave.

 

Apesar da constatação, o relatório do Cenipa ainda não está finalizado. Por isso, o documento não contém as análises das informações coletadas, fatores contribuintes e está sujeito a modificações conforme o andamento dos trabalhos.

 

Aeronave da Latam realizou pouso forçado em Confins, na madrugada do dia 20 de dezembro de 2018 - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press 


O episódio aconteceu na madrugada do dia 20 de dezembro de 2018, às 3h43. Na ocasião, 355 pessoas – 16 tripulantes e 339 passageiros – estavam a bordo do Boeing 777-32WER, fabricado em 2012. A aeronave sofreu danos leves.


O avião saía do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, com destino ao Aeroporto Heathrow, em Londres. Por meio de nota, a Latam informou, à época, que o voo LA8084 partiu da capital paulista à 0h30 e alternou para Confins “em razão de questões técnicas”.


O pouso forçado impossibilitou qualquer decolagem ou aterrissagem nas pistas do aeroporto de Confins.

Centenas de voos foram cancelados.

 

Passageira eloga piloto

 

 


A aposentada Márcia Torres, de 51 anos, que estava no avião com defeito, disse ao Estado de Minas que o comandante foi “peça chave” para o feliz desfecho dessa história, que deixou muitos passageiros em pânico no ar. 


Ele nos passou, o tempo todo, tranquilidade, transparência sobre o que estava acontecendo e, fundamentalmente, serenidade e muita experiência. Salvou mais de 300 vidas”, avaliou a passageira do voo LA 8084, para quem o comandante merece todos os aplausos que recebeu.

 

Especialista opina


Com mais de 40 anos de experiência no setor, o diretor da escola de aviação Starflight (cursos teóricos e práticos), em Belo Horizonte, Francisco Pio Ferreira Bessa, está certo de que o comandante agiu de forma correta e demonstrou ser um piloto experiente.


Em vez de fazer algo arriscado, ele preferiu não colocar em perigo a vida dos passageiros e tripulantes”, disse Francisco, de 63 anos, que, além de diretor da escola, é piloto e técnico em manutenção de aviões.


Na avaliação do especialista, o comandante fez o que deve ser feito em um momento desse. “Todos nós sabemos que, no caso de ocorrer algum problema com o avião, o piloto deve pousar no aeroporto mais próximo, no caso, Confins. Desse jeito, não procurou manobras arriscadas.”

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