O talude norte da mina de Gongo Soco da mineradora Vale em Barão de Cocais, Região Central de Minas Gerais, segue se movimentando. Boletim divulgado pela Agência Nacional de Mineração (ANM), às 18h desta quarta-feira, mostra um aumento no deslocamento da porção inferior da estrutura. Nesta manhã, a velocidade de deformação estava em 21,9 centímetros dia (cm/dia). Mas, no início da noite chegou a 22,6 cm/dia.
Em alguns pontos isolados, a movimentação continua em 26,5 cm/dia. Nessa terça-feira, a deformação estava em 25,9 centímetros por dia registrado anteriormente. Segundo a agência, somente entre os dias 21 e 25, a dilatação acumulada foi de um metro.
O talude da Mina de Gongo Soco, que é um dos paredões em forma de degraus de onde o minério de ferro foi extraído, apresenta grande movimentação, o que indica que deve desabar ou escorregar, podendo gerar vibrações suficientes para romper a barragem, no entendimento inicial da Vale e da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec).
Contudo, o paredão se comporta de forma a escorregar para o fundo da cava da mina, o que não provocaria vibração suficiente para um rompimento, segundo análises da empresa e da Cedec.
Contenção dos rejeitos
Na tentativa de conter os rejeitos que possam vazar da barragem caso aconteça o rompimento, a Vale tomou algumas medidas. De um lado, um muro de concreto e aço para reter o avanço da onda de rejeitos de minério de ferro que pode chegar a 6 milhões de metros cúbicos. Do outro, a empresa escava outro reservatório entre matas e pastagens no leito do Córrego do Vieira, com mais de sete hectares de área, a cerca de dois quilômetros da Barragem Sul Superior.