Um homem suspeito de tentar matar a mulher foi preso na madrugada desta quinta-feira. O crime ocorreu no Bairro Dom Bosco, na Região Noroeste de Belo Horizonte. Ele afirmou à polícia que o casal discutiu, ficou nervoso, atirou contra a mulher e em seguida foi para o bar.
A vítima, de 41 anos, foi socorrida por vizinhos que chamaram a polícia. Ela foi levada para o Hospital Alberto Cavalcanti, mas, devido à gravidade do estado de saúde, foi transferida para o Hospital João XXIII.
Testemunhas informaram à polícia que o homem fugiu em uma motocicleta XRE preta. Durante rastreamento pela região, os militares encontraram o suspeito, de 37, com a moto na Avenida Cláudio Pinheiro de Lima, no Bairro Dom Bosco. De acordo com a PM, ele estava parado e a rua estava deserta.
Ao ser abordado, o homem confirmou os fatos. Segundo o boletim de ocorrência, na tentativa de justificar o crime, ele afirmou que é usuário constante de bebida alcoólica.
Os policiais foram ao hospital colher informações da vítima, que já estava consciente e estabilizada. A mulher afirmou que o casal tinha discussões com muita frequência.
O marido foi preso em flagrante e encaminhado para a Delegacia Especializada de Crimes Contra a Mulher. A arma de fogo utilizada no crime, uma garrucha calibre 22, foi apreendida.
Números do feminicídio
Somados os casos de março de 2015, quando entrou em vigor a lei que tipificou esse tipo de crime, até abril deste ano (o último com dados de 2019 consolidados), nada menos que 1.772 mulheres foram vítimas de ódio assassino por parte de namorados, maridos, companheiros e ex em território mineiro.
Dessas, 622 perderam a vida no período. É como se seis aviões modelo Embraer-190 – com capacidade para cerca de 100 viajantes – tivessem caído em Minas nos últimos quatro anos, lotados de passageiras, sem deixar sobreviventes.
Em 2016, primeiro ano em que vigorou pelos 12 meses a nova lei (sancionada em março de 2015), foram 142 casos. No ano seguinte, o total subiu para 156 e em 2018 chegou a 160 registros, aumento de 12,6% em relação a dois anos antes.
Neste ano são 42 ocorrências até abril, o que significa média mensal de 10,5 casos, uma queda em relação aos números mensais de anos anteriores. De toda forma, os dados seguem alarmantes, agravados pela violência dos crimes mais recentes.
*Estagiária sob supervisão do editor Benny Cohen.