Foi enterrado hoje o corpo do professor aposentado Darci Alves da Silva, de 67 anos, que morreu na última quinta-feira, após tentar combater um enxame de abelhas dentro do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG). O acidente ocorreu por volta das 9h, em período de aula de alunos do ensino médio.
O corpo foi velado em Mantena, no Vale do Rio Doce, cidade onde residem seus parentes. Segundo moradores do município, a família é conhecida e muito querida pela população, que lamenta a morte do professor.
Leia Mais
Polícia prorroga prazo para conclusão de investigação sobre agressões no IEMGImagens mostram degradação em prédio histórico do Instituto de EducaçãoJovem acusado de matar colega no Instituto de Educação vai a júri popularIENG após a manifestação desta segunda-feira, funde 7 turmas para alunos Greve geral em BH: escolas públicas municipais estão sem aulas desde quarta-feiraGanhou, mas não levou: foragido vence sorteio, aparece na TV e é preso pela PMSegundo uma testemunha que não quis se identificar, o professor de sociologia tinha como hobbie a criação de abelhas e or isso teria se voluntariado para retirar a colmeia do telhado da instituição, que está em obras. A testemunha contou que ao subir a escada, ele caiu de uma altura de aproximadamente seis metros.
"Após o acidente, a direção da escola tomou todas as medidas necessárias. Acionou o Samu para prestar os primeiros socorros. Representantes da escola o acompanharam durante o período em que esteve no hospital para atendimento médico. A direção da escola e representantes da Superintendência Regional de Ensino (SRE), Metropolitana A, responsável pela coordenação da escola, estão dando todo apoio à família. A SEE/MG está acompanhando o caso e apoiando a escola na verificação e apuração dos fatos que ocasionaram o acidente", concluiu.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) lamentou a morte do professor e confirmou que ele tinha autorização para entrar na escola, mas que para realizar o procedimento, foram estipuladas medidas de segurança, como a presença do engenheiro responsável pela obra do telhado. No entanto, como era conhecido da comunidade escolar, teria tomado a iniciativa de realizar a intervenção, mesmo sem os equipamentos.
"Após o acidente, a direção da escola tomou todas as medidas necessárias. Acionou o Samu para prestar os primeiros socorros. Representantes da escola o acompanharam durante o período em que esteve no hospital para atendimento médico.
Clima na escola
Ainda segundo a testemunha que não quis se identificar, a comunidade escolar ficou assustada por não ter a suspensão das aulas ontem e hoje. “O clima estava meio chato, é uma situação que não é uma das mais agradáveis, é a segunda morte que acontece ali”, contou.
Estudantes lamentaram a morte do professor nas redes sociais. “A fim de proteger os alunos, assumiu uma responsabilidade que não é sua”, disse um dos posts. “Os alunos estão em estado de choque”, completa.
Demora para o resgate
Nas redes sociais, estudantes alegaram demora no atendimento do Samu. No entanto, procurada pelo Estado de Minas, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o deslocamento da ambulância até o local foi de 9 minutos."A equipe fez manobras para estabilizar a vítima no local e foi necessário acessar outra ambulância para apoio na remoção do paciente que havia caído em local de difícil acesso. Foi um atendimento de alta complexidade", divulgou.
Ainda segundo a secretaria, entre o pedido da ambulância, a assistência prestada no local e o encaminhamento do paciente para o hospital, o tempo de teria sido de aproximadamente 59 minutos.
Duas mortes em menos de um ano
Luiz ainda tentou fugir para o interior da escola, mas, enquanto descia uma escada, foi atingido com um chute na cabeça e se chocou com uma mureta. Ele estava de costas quando sofreu o golpe.
O jovem acusado de matar o colega vai a júri popular. Ao analisar o processo, o magistrado considerou que não havia insuficiência de elementos que comprovassem a tese da defesa, de que o crime deveria ser julgado como lesão corporal seguida de morte.
Degradação do prédio histórico
No último sábado, o Estado de Minas revelou a degradação das estruturas do prédio do IEMG. Com a mesma idade de BH, o prédio está degradado e instituição busca ajuda da iniciativa privada para financiar restauração orçada em R$ 25 milhões. Em 2018, governo do estado repassou apenas R$ 28 mil dos R$ 293 mil previstos para manutenção. Secretaria disse que reforma depende de análise financeira.
No fim de 2018, foi aprovado pelo Iepha projeto integral de restauração de todo o edifício. Com início em 18 de julho de 2018, a obra tem previsão de término no fim de julho.
O edifício, tombado pelo patrimônio histórico, tem arquitetura pujante. No entanto, apesar de passado histórico, o instituto sofre com a destruição do tempo. Depois de passar por momentos críticos, nos últimos dois anos, a instituição conseguiu fazer a obra emergencial de troca dos telhados. No entanto, ainda são muitos os problemas estruturais. (Com informações de Márcia Maria Cruz)
*Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa.
.