A Associação Urucanense de Proteção Animal denunciou o envenenamento de mais de 20 cães na quinta (29), em Urucânia, na Zona da Mata. Oito deles não resistiram e morreram. A matança deixou ativistas e moradores assustados. Não é a primeira vez que cães são mortos na cidade. Episódios de envenenamento já aconteceram outras vezes, de acordo com os ativistas. Todos os animais vivem nas ruas e não têm donos. Eles foram encontrados, numa mesma região da cidade, nas calçadas com sinais de envenenamento.
A advogada Val Consolação, da organização não-governamental Vida Animal Livre de Belo Horizonte, esteve em Urucânia para tratar do assunto com o prefeito, secretário de saúde, Polícia Militar e Câmara Municipal. "Este é um crime covarde, um dos piores. É muito difícil encontrar o criminoso. Há suspeitas, mas ainda não conseguimos identificar quem foi. Vamos continuar investigando", informou a advogada.
Os ativistas pedem que se alguém tiver pistas sobre quem cometeu o crime entrar em contato. O artigo 32 da lei federal 9.605, de 2018, determina pena de detenção, de três meses a um ano, e multa para quem pratica ato de abuso, maus-tratos, fere ou mutila animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. A lei estadual 22.231, de 2016, prevê multa de até R$ 3 mil para quem comete maus tratos aos animais.
Os ativistas acreditam que os animais ingeriram chumbinho, veneno de elevada toxidade. "São pessoas maldosas que não suportam ver os animais nas ruas. Eles colocam chumbinho na carne para atrair e envenenar os cães", diz Val.
Os animais salvos foram levados para veterinário em Ponte Nova e, depois, seguiram para um lar temporário para que possam se recuperar. "Se alguém souber quem fez isso, seria bom entrar em contato com a gente. A polícia também está investigando", diz. Os animais esperam por adoção.