Barão de Cocais – Em meio à previsão de escorregamento do talude norte da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, na Região Central do estado, com ameaça à Barragem Sul Superior, a menos de dois quilômetros da encosta, a Vale, responsável pelo complexo, trabalha em obras que circundam o empreendimento, na tentativa de minimizar danos de eventual desastre. Estão mobilizados operários em pelo menos quatro frentes de trabalho: um enorme muro de contenção, a abertura de duas estradas para evitar que populações de bairros da cidade fiquem ilhadas, a construção de um canal para condução dos rejeitos em caso de colapso e uma bacia para armazenamento da lama. Ao mesmo tempo, a encosta que ameaça desabar se deslocou, segundo o último balanço divulgado, a 33,4 centímetros por dia, a maior taxa desde que a instabilidade se agravou.
A abertura de duas vias que serviriam de rota de fuga em caso de ruptura foi a obra que mais avançou nos últimos dias. Iniciada na última segunda-feira, como mostrou o Estado de Minas, a intervenção na via que vai ligar os bairros Viúva e Capim Cheiroso está avançada. O trecho tem cerca de 700 metros e já começa a receber asfalto nas proximidades da Capela Nossa Senhora Aparecida. Na atual fase, já é possível se deslocar pela pista, inclusive de carro.
No entanto, moradores dos bairros envolvidos reclamam que falta informação. “Viemos caminhar por esta abertura para saber até onde a estrada vai. Moramos aqui e vemos todo mundo trabalhando, mas não sabermos o porquê disso tudo. Ninguém passou nada para a gente no Capim Cheiroso”, queixa-se a professora Cíntia Gonçalves Luz, de 41 anos.
A outra rua que será aberta vai ligar as vilas da Chácara e Brandão. Segundo moradores próximos, já há um trajeto entre os dois bairros, mas em forma de trilha, geralmente usada por quem deseja cortar caminho. No local, a equipe do EM constatou que ainda há muito entulho, galhos e vegetação, em terreno aparentemente instável. “Moro no Bairro São Benedito, mas passo muito por aqui, na Vila da Chácara. Vi máquina aqui esta semana, mas nenhuma grande movimentação”, conta o morador Ananias José Pinto, de 50.
Segundo a Vale, as obras são conduzidas em parceria com a Defesa Civil em níveis estadual e municipal, além da Prefeitura de Barão de Cocais.
OUTRAS OBRAS A empresa planeja pelo menos outras três intervenções em Barão de Cocais. A principal delas, iniciada no último dia 18, é uma megaestrutura em concreto. O muro terá 35 metros de altura, 307 de comprimento e 10 de largura na parte superior. Será erguido seis quilômetros abaixo da Barragem Sul Superior. O objetivo é bloquear eventual onda de rejeitos que pode vazar da estrutura em nível 3 da escala de risco, o mais alto, desde março.
A empresa prevê também a construção de um canal para transportar os rejeitos de minério de ferro, em caso de desastre, até uma bacia de detenção. A represa abrigaria cerca de 3 milhões de metros cúbicos de lama. Essa última intervenção só foi permitida depois que um juiz de plantão autorizou a empresa a ocupar terrenos particulares na cidade. A mineradora justificou que as obras são importantes para proteger a população em eventual desastre.
Inicialmente, a Vale pediu à Justiça que fosse aplicada multa de R$ 10 milhões por dia aos moradores que não deixassem os imóveis localizados nas proximidades da bacia e do canal. Contudo, o juiz estabeleceu punição de R$ 100 mil/dia. Além disso, a decisão prevê bloqueio de R$ 50 milhões da empresa para garantir indenização aos proprietários das terras.
TALUDE Enquanto as obras avançam, a velocidade de deslocamento do talude norte da mina também aumenta. Segundo boletim divulgado pela Agência Nacional de Mineração na manhã de ontem, a estrutura se movia a 33,4 centímetros por dia. Aumento significativo em relação à atualização anterior, que apontava 24,6cm/dia. Segundo o superintendente de gestão do risco da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais, major Marcos Afonso Pereira, os trabalhos se voltam para o monitoramento da estrutura.
Na sexta, a Vale informou que uma placa de 600 metros quadrados se descolou do talude. A situação leva a crer, segundo a mineradora, que a estrutura vai se desfazer aos poucos, o que diminuiria os riscos de colapso da barragem. O pedaço que se desprendeu equivale a menos de 1% da encosta, que tem 96 mil m².
A abertura de duas vias que serviriam de rota de fuga em caso de ruptura foi a obra que mais avançou nos últimos dias. Iniciada na última segunda-feira, como mostrou o Estado de Minas, a intervenção na via que vai ligar os bairros Viúva e Capim Cheiroso está avançada. O trecho tem cerca de 700 metros e já começa a receber asfalto nas proximidades da Capela Nossa Senhora Aparecida. Na atual fase, já é possível se deslocar pela pista, inclusive de carro.
No entanto, moradores dos bairros envolvidos reclamam que falta informação. “Viemos caminhar por esta abertura para saber até onde a estrada vai. Moramos aqui e vemos todo mundo trabalhando, mas não sabermos o porquê disso tudo. Ninguém passou nada para a gente no Capim Cheiroso”, queixa-se a professora Cíntia Gonçalves Luz, de 41 anos.
A outra rua que será aberta vai ligar as vilas da Chácara e Brandão. Segundo moradores próximos, já há um trajeto entre os dois bairros, mas em forma de trilha, geralmente usada por quem deseja cortar caminho. No local, a equipe do EM constatou que ainda há muito entulho, galhos e vegetação, em terreno aparentemente instável. “Moro no Bairro São Benedito, mas passo muito por aqui, na Vila da Chácara. Vi máquina aqui esta semana, mas nenhuma grande movimentação”, conta o morador Ananias José Pinto, de 50.
Segundo a Vale, as obras são conduzidas em parceria com a Defesa Civil em níveis estadual e municipal, além da Prefeitura de Barão de Cocais.
OUTRAS OBRAS A empresa planeja pelo menos outras três intervenções em Barão de Cocais. A principal delas, iniciada no último dia 18, é uma megaestrutura em concreto. O muro terá 35 metros de altura, 307 de comprimento e 10 de largura na parte superior. Será erguido seis quilômetros abaixo da Barragem Sul Superior. O objetivo é bloquear eventual onda de rejeitos que pode vazar da estrutura em nível 3 da escala de risco, o mais alto, desde março.
A empresa prevê também a construção de um canal para transportar os rejeitos de minério de ferro, em caso de desastre, até uma bacia de detenção. A represa abrigaria cerca de 3 milhões de metros cúbicos de lama. Essa última intervenção só foi permitida depois que um juiz de plantão autorizou a empresa a ocupar terrenos particulares na cidade. A mineradora justificou que as obras são importantes para proteger a população em eventual desastre.
Inicialmente, a Vale pediu à Justiça que fosse aplicada multa de R$ 10 milhões por dia aos moradores que não deixassem os imóveis localizados nas proximidades da bacia e do canal. Contudo, o juiz estabeleceu punição de R$ 100 mil/dia. Além disso, a decisão prevê bloqueio de R$ 50 milhões da empresa para garantir indenização aos proprietários das terras.
TALUDE Enquanto as obras avançam, a velocidade de deslocamento do talude norte da mina também aumenta. Segundo boletim divulgado pela Agência Nacional de Mineração na manhã de ontem, a estrutura se movia a 33,4 centímetros por dia. Aumento significativo em relação à atualização anterior, que apontava 24,6cm/dia. Segundo o superintendente de gestão do risco da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais, major Marcos Afonso Pereira, os trabalhos se voltam para o monitoramento da estrutura.
Na sexta, a Vale informou que uma placa de 600 metros quadrados se descolou do talude. A situação leva a crer, segundo a mineradora, que a estrutura vai se desfazer aos poucos, o que diminuiria os riscos de colapso da barragem. O pedaço que se desprendeu equivale a menos de 1% da encosta, que tem 96 mil m².