Vai a júri na tarde desta segunda-feira em Belo Horizonte Rafael Justino da Silva, de 25 anos, acusado de matar Daniel Christyano dos Reis de Jesus, de 18, dentro de uma padaria no Bairro Rio Branco, na Região de Venda Nova. O crime ocorreu em 2016 após o funcionário pedir que o homem vestisse uma camisa para entrar no estabelecimento.
O julgamento começa por volta das 12h45 no 3º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, no Fórum Lafayette, no Barro Preto. A sessão será presidida pela juíza Myrna Fabiana Monteiro Souto. A acusação fica por conta do promotor Valter Shigueo Moriyama e o advogado Wagner Dias Ferreira defende Rafael Justino.
Leia Mais
Suspeito de assassinato em BH diz que caixa de padaria ofendeu sua mãe Polícia prende suspeito de matar caixa de padaria por pedir que ele vestisse camisaFuncionário de padaria leva tiro e morre depois de pedir cliente para vestir camisaIrmãs são presas por furtar idosos; em um ano, elas conseguiram R$ 200 milEram quase 21h de sábado quando Rafael, sem camisa, entrou no local. Daniel orientou o suspeito a vestir a roupa, já que, pelas normas do estabelecimento, é proibido entrar sem blusa. De acordo com testemunhas, o homem ficou bastante irritado e ameaçou o rapaz dizendo que retornaria mais tarde.
Segundo o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar (PM), duas horas depois, o suspeito voltou, trajando camisa azul e com um revólver na cintura. Ele abordou a vítima logo que entrou na padaria dizendo que Daniel o havia xingado anteriormente, fato que foi desmentido pelos colegas de trabalho.
Rafael foi preso em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na época, a delegada Ingrid Estevam, que coordenou as buscas, contou que ele disse ter ido à padaria com um primo. Ao entrar, foi abordado por Daniel, que pediu que ele vestisse uma camisa. Os dois discutiram e, segundo o suspeito, o caixa teria ofendido sua mãe.
Revoltado, Rafael voltou para casa, buscou um revólver e voltou à padaria para se vingar. Ainda segundo a delegada, o primo dele tentou fazê-lo mudar de ideia, mas não conseguiu. O parente de Rafael ainda pediu que outro primo avisasse a Daniel sobre o perigo, mas era tarde demais.
De acordo com as investigações, Rafael chegou à padaria atirando contra a vítima. Ele disse à polícia que os dois primeiros disparos falharam, mas logo em seguida Daniel foi atingido por quatro tiros, dois no pescoço e dois na cabeça. O jovem chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu.
Daniel era de Manhuaçu, na Zona da Mata. Amigos disseram que o jovem veio trabalhar em Belo Horizonte para sustentar a mãe no interior.
.