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Estado de Minas

Quilombo dos Luízes recebe mostra de cinema afro; veja quais filmes serão apresentados

Evento tem o objetivo de difundir e incentivar a produção audiovisual de realizadores afro-brasileiros


postado em 06/06/2019 19:13 / atualizado em 06/06/2019 19:52

3ª Mostra CineAfroBH tem primeira sessão neste sábado(foto: Divulgação)
3ª Mostra CineAfroBH tem primeira sessão neste sábado (foto: Divulgação)

O Quilombo dos Luízes será palco, neste sábado, da primeira exibição de filmes da 3ª Mostra CineAfroBH: Quilombos urbanos, fé e cultura, evento que tem o objetivo de difundir e incentivar a produção audiovisual de realizadores afro-brasileiros

Entre as 18h e 21h, serão transmitidos três filmes, sendo que um deles retrata a vida  das matriarcas Dona Maria Luzia, Maria Lucia e Júlia - homenageadas por suas atuações culturais e sociais na condução da comunidade, localizada no Bairro Grajaú, na Região Oeste da capital mineira. A pipoca durante as sessões será gratuita.

“Eles sempre falam por nós”, de Carina Aparecida,  é um documentário que volta o olhar para o quilombo cercado por concretos e edifícios. O que antes era rio, hoje é avenida que corre acelerada, invadindo um território ancestral.

Nascidas dessa terra, as senhoras têm as vidas e os corpos atravessados pelo quilombo e narram, ao longo do documentário, suas memórias e sonhos, em resistência à história oficialmente contada.

Em 2018, o Quilombo dos Luízes foi reconhecido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA-MG) como Patrimônio Cultural no contexto urbano de Belo Horizonte. A comunidade teve origem em 1895 - antes mesmo da fundação da cidade (1897).

Outras produções


As outras duas obras são “Favela em Diáspora”, da mineira Gabriela Matos e “A Grande Ceia Quilombola”, dos maranhenses Rodrigo Sena e Ana Stela. 

Na primeira produção, moradores do Morro do Papagaio relatam como o processo de migração compulsória realizado por um projeto da prefeitura provocou uma ruptura em suas histórias. A proposta do filme é de dar voz às memórias de um povo que está à margem do asfalto, mostrando o que resta após uma desapropriação.

Já a obra maranhense retrata a história do Quilombo de Damásio. Doada por um senhor de engenho a três de suas escravas, a terra tem, no cultivo e extração econômica de alimentos, a base de uma estrutura social que privilegia o grupo. 

No documentário, parte destes saberes é abordado, mostrando como a comida  tem um papel fundamental na coesão do grupo e nas relações sociais presentes.


Bairro Aarão Reis


A 3ª Mostra CineAfroBH não acaba neste sábado. No dia 29 de junho, também entre as 18h e 21h, o Terreiro Ilê Wopô Olojukan transmitirá quatro curtas-metragens que tem como tema a religiosidade.

Tombado em novembro de 1995, como patrimônio Cultural de Belo Horizonte pela Prefeitura Municipal de BH, o espaço é um importante reduto cultural da cidade. 

Confira a progração de todo o evento



*Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie


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