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Estado de Minas

Restauradas com tributo cobrado da mineração, imagens voltam a capela em Catas Altas

O trabalho de restauro durou 10 meses. Aposta é preservar e ampliar arrecadação com o turismo


postado em 10/06/2019 06:00 / atualizado em 10/06/2019 08:23

Imagem de Santa Quitéria, que dá nome à capela, foi entregue ao templo depois de processo de restauração que durou 10 meses e incluiu outras peças sacras que fazem parte da vida religiosa da comunidade (foto: Daniela Almeida/Prefeitura de Catas Altas/Divulgação)
Imagem de Santa Quitéria, que dá nome à capela, foi entregue ao templo depois de processo de restauração que durou 10 meses e incluiu outras peças sacras que fazem parte da vida religiosa da comunidade (foto: Daniela Almeida/Prefeitura de Catas Altas/Divulgação)
Um tesouro sacro totalmente restaurado volta a seus altares de origem, encanta a comunidade e valoriza o patrimônio de Catas Altas, na Região Central. Doze peças do século 18, tombadas pelo município e Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), foram entregues à Capela Santa Quitéria com celebração festiva que reuniu procissão, missa e reentronização dos objetos de fé.

O trabalho de restauro durou 10 meses, entre 2018 e começo de 2019, sendo realizado no consistório (sala de reuniões) da Matriz Nossa Senhora da Conceição, onde foi montado um ateliê, que ficou aberto à visitação durante todo o período. As peças incluem cinco imagens – de Santa Quitéria, Nossa Senhora do Carmo, São Luís Gonzaga, São Francisco Bórgia e um crucifixo –, seis castiçais e uma pia de água benta.

A equipe de seis profissionais coordenada pelo especialista Roberto Miranda, da Séculus Restauração, atuou com delicadeza diante do ataque de cupins, perda de policromia e de suporte, sujidade e outros fatores. “A única peça que já havia sido restaurada, a Santa Quitéria, nos surpreendeu, pois tinha muita cera de abelha no interior da madeira. Tivemos que remover todo o material, pois comprometia a policromia”, explicou. “O objetivo é restaurar a peça sem que ela perca as características originais”, disse o restaurador.

"Valorizamos a cultura e a religiosidade de nossa cidade. Estamos criando alternativas de fontes de renda (%u2026). E a preservação do nosso patrimônio contribui para o crescimento do turismo"

José Alves Parreira, prefeito de Catas Altas



De acordo com a prefeitura local, o projeto, pioneiro no município e aprovado pelo Iepha, fez parte da primeira etapa do processo de restauração dos bens móveis do município. As obras dessa fase custaram cerca de R$ 208 mil, com recursos provenientes da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM).

ENTREGA A cerimônia de entrega ocorreu durante as festividades em homenagem à padroeira da capela, em 22 de maio, dia consagrado a Santa Quitéria. “É um momento muito importante, pois valorizamos a cultura e a religiosidade de nossa cidade. A mineração vai acabar, mas estamos criando alternativas de fontes de renda para a população. E a preservação do nosso patrimônio contribui para o crescimento do turismo que, hoje, é um forte pilar econômico em todo o mundo”, destacou o prefeito José Alves Parreira.

A restauração dos bens móveis do município ocorre em quatro etapas. Além da Capela Santa Quitéria, serão contempladas a Capela de Nosso Senhor do Bonfim e as igrejas de Nossa Senhora do Rosário e a Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Localizada numa parte mais alta, a Capela de Santa Quitéria é datada do século 18. Foi construída em 1728 por Paulo de Araújo de Aguiar (possivelmente o proprietário do terreno) com ajuda dos devotos da comunidade. Em um documento de registro de casamento em 1734, a capela aparece pela primeira vez nos livros de Cúria Arquidiocesana de Mariana.

Imagens de dois tempos


Em dezembro de 2011, o Estado de Minas mostrou o estado de degradação da Capela Santa Quitéria, em Catas Altas, hoje restaurada. O templo foi construído no século 18 aos pés da Serra do Caraça e sua situação criava um cenário sombrio e de forte contraste na paisagem barroca da cidade. Na época, com autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), a prefeitura local instalou uma cobertura de zinco sobre o telhado do templo católico, um dos belos cartões-postais da Estrada Real. Provisória, a estrutura metálica tinha o objetivo de proteger a construção na temporada de chuvas fortes. Felizmente, oito anos depois, o quadro é bem diferente.

(foto: Marcos Michelin/EM/DA Press - 13/12/11)
(foto: Marcos Michelin/EM/DA Press - 13/12/11)
(foto: Daniela Almeida/Prefeitura de Catas Altas/Divulgação)
(foto: Daniela Almeida/Prefeitura de Catas Altas/Divulgação)


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