Jornal Estado de Minas

Com 399.522 casos prováveis, epidemia da dengue desacelera, mas ainda bate recordes

- Foto: Arte EM

 
Com atraso em relação a outros anos, a dengue mostra sinais de enfraquecimento em Minas Gerais, mas a epidemia é uma das piores da história. Os casos prováveis da doença, que englobam os confirmados e os suspeitos, chegam a 399.522. Deste total, 64,6% foram registrados nos últimos dois meses, o que fez abril e maio serem os piores da enfermidade nos últimos 10 anos. Foram 147.380 e 110.889 registros, respectivamente. Nos primeiros 10 dias de junho, a média de notificações chegou a 252 por dia. Em comparação com os anos anteriores, fica atrás apenas de 2015, que teve, no período, uma média 459,4 casos diários. A moléstia também segue fazendo vítimas. Já são 74 mortes confirmadas.

Outras 127 estão em investigação.

Os dados dos boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG), semanalmente, mostram que o registro de novos casos está diminuindo. Entre 20 e 28 de maio, o aumento foi de 52.103 notificações. De 28 de maio a 3 de junho, foram registrados 30.550 casos prováveis. Entre aquele balanço e o divulgado ontem, a diferença foi de 27.369 registros. A desaceleração no número de casos adicionados à lista coincide com a queda da temperatura e das chuvas, o que ajuda a travar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da enfermidade.

Mesmo a assim, o alerta deve continuar.
A doença se alastrou por todo o território mineiro neste ano e infectou milhares de pessoas. Já são 399.522 casos prováveis registrados até ontem. O número é menor somente que os registrados no 12 meses de 2013 e de 2016, respectivamente 414.719 e 519.050. A alta foi bem impulsionada em abril e maio. Na soma dos dois meses, foram 258.269 notificações registradas. Para se ter uma ideia, na epidemia de 2010 foram 212.502 casos prováveis em igual período. Somente nas quatro semanas entre 5 de maio e 1º de junho, 155 municípios apresentaram incidência muito alta de casos prováveis de dengue, e outros 77, incidência alta, estatísticas que caracterizam epidemia. Outras 173 cidades tiveram média incidência da moléstia.
Já 272 municípios tiveram baixa incidência, e 176 não tiveram registros de casos.

O estado segue em alerta por causa da enfermidade. Em abril, o governo de Minas decretou situação de emergência devido ao grande número de casos. Uma das justificativas para o aumento de infectados é a reaparição do vírus denv 2, que há muito tempo não circulava no país. Por isso, muitos moradores estão suscetíveis a ele. 

MORTES
Enquanto os novos casos prováveis de dengue diminuem, as mortes confirmadas e suspeitas aumentam. Já são 74 óbitos confirmados pela doença no ano. O número tende a subir, já que há outros 127 casos ainda em investigação na Fundação Ezequiel Dias (Funed), por meio de exames laboratoriais. Em oito dias, foram sete confirmações. Em 3 de junho, eram 67 mortes. Já em relação aos casos em apuração, a alta foi ainda maior.
Saiu de 115 e passou para 127 no período. A Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) ressalta que “os óbitos em questão foram notificados ao longo de 2019 e não são, necessariamente, mortes recentes”.O maior número de mortes foi registrado em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Desde o início do ano, a cidade já confirmou 14 óbitos por dengue. Belo Horizonte e Betim vêm na segunda posição, com 12 mortes cada. Também registraram mortes: Arcos (1), Contagem (2), Curvelo (1), Frutal (2), Ibirité (1), Ituiutaba (1), João Monlevade (1), João Pinheiro (4), Juiz de Fora (4), Lagoa da Prata (1), Martinho Campos (1), Monte Carmelo (1), Paracatu (1), Passos (2), Patos de Minas (1), Pitangui (1), Pompéu (1), Rio Paranaíba (1), Sacramento (1), São Gonçalo do Pará (1), São Gotardo (1), Uberaba (2), e Unaí (2), Vazante (2).

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