A Secretaria de Administração Prisional (Seap-MG) abriu procedimento para apurar possíveis irregularidades cometidas pela empresa Eldorado Refeições Ltda. Nessa quinta-feira, agentes penitenciários da Nelson Hungria impediram a entrada de quatro celulares no complexo.
A mercadoria estava dentro de marmitas que seriam entregues aos presos no almoço.
Além dos aparelhos eletrônicos, ainda foram encontrados seis carregadores, dois pen drives, quatro chips, uma antena para celular e quatro comprimidos. A Seap não informou sobre os componentes do comprimido nem o conteúdo dos pen drives localizados.
Nesta sexta-feira, a pasta informou que está elaborando um parecer técnico opinando pela abertura de processo contra a empresa. Após o levantamento, o relatório deve ser encaminhado à Comissão Processante Permanente - onde os inquéritos e processos administrativos da pasta são conduzidos.
Em nota enviada ao Estado de Minas, a Seap ressaltou a “gravidade das irregularidades e o seu impacto na segurança da unidade prisional, bem como na segurança alimentar das refeições ofertadas”.
Histórico
Nesta sexta-feira, o Estado de Minas destacou que não é a primeira vez que a Eldorado Refeições Ltda. se envolve em casos de apreensão de celulares durante fornecimento de alimentos na Nelson Hungria.
Em 2012, o centro de inteligência da penitenciária impediu o ingresso de 173 chips e 18 celulares na unidade. Na ocasião, os produtos eletrônicos estavam dentro de um carro e seriam entregues junto com pães de sal destinados aos presos. Na época, a empresa alegou que os veículos usados para transporte costumavam pernoitar em um local de livre acesso ao público em geral.
De acordo com a empresa, seus funcionários eram responsáveis apenas pelo transporte e manutenção dos alimentos e não pela fiscalização de pátios de estacionamento ou revistas de veículos.
Após a apreensão, em 2012, o complexo penitenciário abriu um procedimento interno para apurar a culpabilidade da empresa no caso. Nesta sexta-feira, o Estado de Minas questionou a Seap quanto ao resultado do processo, mas a pasta pediu um prazo maior para responder.
O Estado de Minas também entrou em contato com a Eldorado Refeições, mas as três ligações efetuadas foram interrompidas logo após o repórter se identificar e anunciar o objetivo do telefonema. Um e-mail também foi enviado à empresa às 17h11 dessa quinta-feira, mas a reportagem não obteve resposta.
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie