A recuperação econômica da comunidade de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, após a pior tragédia socioambiental brasileira já teria uma expectativa de alívio, de acordo com a estimativa do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), durante seu discurso, levando em conta a fluência das ações programadas. Ontem, durante a inauguração da Estação Cidadania – uma das estruturas constituídas para ser referência na retomada da comunidade –, o ministro disse, ao anunciar várias medidas de auxílio, que dentro de dois anos espera que o comércio e os agricultores possam voltar a ter uma vida produtiva viável. "Em até dois anos, pode ser que (Brumadinho) volte a ter sua economia resgatada", estima.
Quase cinco meses depois de as barragens se romperem, matando 246 pessoas e tendo, ainda, 24 desaparecidos, a força-tarefa interministerial do governo federal e os parceiros do estado, município e iniciativa privada garantem ainda internet pública banda larga, escolas profissionalizantes, formação cultural, transporte por trem e rodoviário a turistas e várias outras ações para beneficiar os atingidos.
Nesse novo espaço, a comunidade terá acesso a várias estruturas que ainda poderão ser ampliadas, como pista de skate, parquinho com brinquedos, espaços de convivência ao ar livre, quadra poliesportiva, espaços para eventos, biblioteca, sala multimídia e bicicletário.
O ministro Marcelo Álvaro Antônio destacou a consternação que a situação trouxe para os mineiros e brasileiros, mas apontou ações que sua pasta poderá implementar, sobretudo para que a comunidade não seja extremamente dependente da mineração, como ocorre atualmente. "A cidade precisa diversificar sua economia e o povo, assim, voltar a ter esperança. Não chegarmos naquele sentimento de abandono, como há em Mariana (na Região Central de Minas)", comparou, lembrando do município afetado, em 2015, com o rompimento da Barragem do Fundão, causando a morte de 19 pessoas e devastando o Rio Doce até o Oceano Atlântico, no Espírito Santo.
MEMORIAL
Entre as ações que o ministro anunciou, dentro das políticas relacionadas a sua pasta, destacou a construção de um memorial para as vítimas do rompimento e o lançamento de um trem de passageiros entre BH e a cidade. "Houve, por 13 anos, um desencontro de agenda que foi superado agora com a MRS (que tem a concessão ferroviária do trecho) para uma ferrovia de BH, saindo do Museu de Artes e Ofícios, na Praça da Estação, e o Inhotim, em Brumadinho", conta. Seriam 52 quilômetros de trecho entre os museus, com pelo menos 2 mil pessoas transportadas em duas viagens diárias, de acordo com o ministro.
Outro projeto que o titular da pasta de Turismo considerou importante no setor de logística é a implantação de um aeroporto regional em Betim, também na Grande BH, podendo fazer a interligação com Brumadinho. O projeto dessa estrutura já está pronta. "Temos preparado também linhas de crédito para capital de giro para todos os setores prejudicados, como o de hotéis, restaurantes e pousadas. Temos, pelos menos, 400 milhões para linhas de crédito, com pelo menos três anos de carência, para que o empresariado possa ter fôlego", calcula.