A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil vai realizar, nesta terça-feira (18), um simulado de evacuação com as pessoas que trabalham nas zonas quentes da catástrofe de Brumadinho. A atividade se inicia às 10h e se volta a cerca de 400 bombeiros militares e funcionários da Vale que buscam pelas 24 vítimas da tragédia ainda desaparecidas sob o mar de lama.
Segundo o coordenador-adjunto de Defesa Civil, tenente-coronel Flávio Godinho, haverá um teste técnico do sistema de sirenes de emergência das barragens Menezes 2 e B6, ambas administradas pela Vale em Brumadinho. De acordo com ele, no entanto, não há qualquer risco de rompimento das estruturas, com base nos dados repassados pela empreendedora. Portanto, a atividade será preventiva.
Os bombeiros e demais trabalhadores terão que se deslocar a 19 pontos de encontro. As sirenes poderão ser ouvidas na Mina Jangada, vizinha ao complexo de Córrego do Feijão; nos distritos de Córrego do Feijão, Pires e Parque da Cachoeira; e nos bairros Estela Passos, Bela Vista, Jota e Planalto.
Apesar disso, nenhum morador desses locais vai precisar deixar suas casas, segundo a Defesa Civil. A sirene vai avisar que o simulado é apenas um teste, “a fim de proporcionar mais tranquilidade para a população”, segundo material informativo distribuído pela Defesa Civil.
A Polícia Militar (PM) e o Corpo de Bombeiros vão apoiar a atividade. Na última sexta-feira (14), houve reuniões com a comunidade de Brumadinho em três lugares diferentes. O objetivo era esclarecer possíveis dúvidas sobre o treinamento.
Histórico
A Barragem B6 chegou a correr risco iminente de rompimento em 27 de janeiro, dois dias depois do desastre ocorrido em Brumadinho. Naquele dia, sirenes soaram na cidade e o Corpo de Bombeiros planejou retirar 24 mil pessoas de suas casas, já que havia entre três e quatro milhões de metros cúbicos de água no compartimento.
Contudo, horas depois, a partir do bombeamento do líquido dentro da estrutura, a corporação reavaliou a situação e decidiu retirar somente 3 mil moradores. Na tarde daquele mesmo dia, no entanto, a Vale atualizou os dados e represa retornou ao nível 1 da escala de rompimento. Com isso, nenhum cidadão deixou seu imóvel.
Já Menezes 2 esteve presente na lista das 10 barragens mineiras com “risco severo de rompimento”, elaborada pelo Ministério Público do estado com base em dados da Vale. A estrutura abriga 290 mil m³ de minério de ferro e tem 21 metros de altura.
O dano de um eventual desastre alcançaria 5,5 quilômetros abaixo da estrutura, no Ribeirão Ferro-Carvão, antes da confluência com o Rio Paraopeba, atingindo ocupações rurais e urbanas.