Fiscais da BHTrans protestaram contra a proposta de acordo coletivo oferecida pela empresa nesta segunda-feira (24), durante audiência de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, na Avenida Getúlio Vargas, Bairro Funcionários (Região Centro-Sul da cidade). Os agentes estão em greve desde 14 de junho.
“Atualmente, a gente tem um plano (de saúde) muito bom, que é gerido pela própria empresa. Ela (BHTrans) está propondo a gente migrar para um plano da prefeitura, que não é interessante para os trabalhadores, porque é mais oneroso e de pior qualidade”, analisa o diretor.
Ainda na área da saúde, de acordo com o Sintappi, a BHTrans quer retirar o benefício de reembolso para gastos com odontologia e oftalmologia. Hoje, um agente tem um limite anual de R$ 1.060 para gastar nas duas áreas, que depende de apresentação de nota fiscal para comprovação da despesa.
Ainda de acordo com Alex Kronemberger Alves, a BHTrans ofereceu um desconto de 6% no salário-base para quem aderir ao benefício de vale-transporte. Atualmente, o corte é de 1%.
O mesmo vale para o tíquete-alimentação. Segundo o diretor, o benefício seria mantido em R$ 26 por dia. Contudo, a empresa quer um desconto salarial de 12% para quem aderir ao programa, além de disponibilizar 22 tíquetes/mês. Hoje, os agentes recebem 26 vales/mês e o desconto é de 1%.
Efetivo
Outra reivindicação do Sintappi gira em torno do efetivo da BHTrans, como explica o diretor-jurídico Alex Kronemberger Alves. “A BHTrans tem em torno de 400 fiscais no total, mas somente 200 na rua. Muitos estão em desvio de função. Há 15 anos, a empresa tinha cerca de 450 fiscais na rua. Hoje, o trânsito está muito mais caótico e ela diminuiu o efetivo. Ela está no caminho contrário da necessidade da cidade.”.
Tal situação, segundo a categoria, faz com que aumente o número de horas extras por parte dos servidores que trabalham na rua. “A BHTrans não faz concurso há mais de 10 anos para fiscal. (Neste cenário), a empresa quer reduzir para menos da metade o nosso percentual de hora extra”, ressalta.
Reajuste
Apesar dos cortes, a proposta da BHTrans também prevê um reajuste de 5% no salário em carteira da categoria. Ainda assim, na visão do Sintappi, o aumento “não compensa”, pois as demais cláusulas do acordo, explicadas anteriormente, impactam em torno de 30% do salário líquido dos agentes.
Outro lado
Procurada, a BHTrans informou, por meio de sua assessoria, que as negociações estão em curso com a categoria. A empresa também destacou que a adesão à greve do Sintappi é parcial, o que não afeta o serviço realizado pela empresa.